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setembro 04, 2017

regresso...

deve ser a palavra mais escrita, mais falada neste inicio de Setembro. regresso a casa, regresso ao trabalho, regresso à escola, ás rotinas. o regresso não tem que ser necessariamente mau mas custa, custa muito desabituar-mo-nos dos dias sem planos, das refeições fora de horas, dos chinelos no pé e de não ter de dar cavaco a ninguém. infelizmente (ou felizmente, não sei...) não dá para ter um sem o outro.

o regresso também pode ser sinónimo de entusiasmo por contar e ouvir novidades, pensar em alterar algumas coisas na decoração da casa, escolher a roupa da nova colecção para os miúdos (e não só!), fazer planos ou revê-los para que o último trimestre do ano seja produtivo e, acima de tudo, positivo!


é o regresso também aqui ao blogue, parado há mais de um mês. estas férias a quatro foram longe de casa, prometo contar e mostrar tudo em breve. foram dias mesmo muito felizes, há muito tempo que ansiávamos por uns dias assim. demos por nós a abraçar-nos de sorriso escancarado sem saber bem porquê. regressamos de coração cheio, alma lavada, laços ainda mais apertados e com muitas histórias para contar.

para já deixo-vos algumas fotografias para aguçar o apetite!




 





E podem sempre acompanhar-nos no instagram @sofia_ferr  :)







Bom regresso!!

Sofia**










julho 10, 2017

ontem.






o dia em que acordámos e resolvemos sacudir o cansaço de um dia inteiro fora de casa e fomos para a praia. o dia em que o mar estava azul turquesa, cenário perfeito para uns toques com as raquetes. o record do Rodrigo com o pai foram oito toques seguidos, do Duarte comigo foram... um! mas felizes que estavam por aprenderem a jogar.
o dia em que ainda hesitámos se esquecíamos a despesa que fizemos no dia anterior e almoçávamos pela praia ou se nos armávamos em poupadinhos e comprávamos um frango e comíamos pipocas ou gelados no sofá ao som de um Harry Potter. ganhou a segunda hipótese. :) o dia em que os deixei ainda no sofá e fui fazer uma caminhada perto da Ria. soube tão bem.
o dia em que fomos despejar o lixo, depois de jantar, sem telefones, sem carteira, sem nada e o Rodrigo pediu muito para entrarmos no Alameda Beer Fest, só para ver, e saímos de lá à meia noite. eles brincaram com amigos que encontraram por acaso e, já noite dentro, ouvimos as primeiras músicas do grande José Cid. Abraçados os quatro, a rir e aos beijos, ouvimos boa música portuguesa e viemos para casa muito cansados mas de coração cheio!



Ontem, hoje e amanhã.... são os momentos que contam!







sozinho, não me deixes...

nunca os deixo sozinhos. quero dizer, em casa só para ir despejar o lixo, por exemplo. lembro-me que com pouco mais da idade do Rodrigo, eu já ficava com a minha irmã (mais nova) em casa por alguns períodos. era assim nos anos 80 e 90, não fui caso único. no outro dia falava com uma amiga que também ficava com a irmã nestas idades e com instruções para adiantar o almoço... estamos em 2017 e eu não os deixo.
mas já aconteceu ir buscar o mais pequeno, estacionar em frente à escola e dizer ao Rodrigo para esperar que eu não demoro nada. e não demoro. chego, o Duarte vem a correr, pergunto se esteve bem e venho embora. algumas dessas vezes, o Rodrigo já está à janela, olha para todo o lado um pouco agitado, numa rua que ele conhece de cor, à frente de um portão que ele conhece de cor, com a minha última frase a ecoar: eu não demoro, vou só buscar o mano! e com o acordo dele. mas ele está agitado, e fica aliviado quando me vê, quando nos vê. Ufa, ainda bem que voltaste, mãe!
fico sempre um pouco surpreendida quando o oiço. não foi surpresa para ele, concordou em esperar no carro aqueles escassos minutos. e foi só isso, escassos minutos. 
mas ontem enquanto lia, parênteses, já estou no meu 4º livro este ano!, percebi...








"No domingo, quando já começava a anoitecer, passei por uma criança que estava à espera, sozinha, dentro de um carro. Era rapaz de seis ou sete anos. Estava sentado, muito direito, no banco de trás, e brincava com os dedos. Temo não ser capaz de explicar a opressão que senti no peito. Num instante, fui levado para um passado de há trinta anos atrás. Lembrei-me de ser aquele exacto menino e não saber se os meus pais voltavam. Posso ir também? Não, espera aí. Por favor, posso ir também? Não, espera aí. O tempo passa de maneira diferente para as crianças. Cinco minutos é muito tempo, meia hora nunca mais acaba. Eu olhei para esse rapaz de seis ou sete anos, mas creio que ele não me viu. Melhor assim. Eu não iria querer um estranho a olhar para mim enquanto me doía o medo de ficar sozinho para sempre."





José Luís Peixoto, in Abraço







cinco minutos é muito tempo para uma criança. meia hora é uma eternidade.
sozinho, não te deixo. não vos deixo. 






mãe








julho 04, 2017

Férias = Crianças e Prevenção

quem tem filhos pequenos sabe que não podemos desviar o olhar um segundo, caso contrário, corremos o risco de os perdermos, ou quando vemos eles já estão no meio da estrada ou sabe Deus onde. 
agora, com a chegada das férias e do verão, em que passamos mais tempo com eles mas também estamos mais descontraídos (e ainda bem), a atenção tem que ser redobrada, porque não há olhos que cheguem para as multidões nos shoppings, as multidões no mar e nas piscinas, as multidões nas ruas, e tantas outras cenas!





nós por cá apostamos na prevenção. falamos com eles, explicamos o porquê de exigirmos os cintos postos no carro, a mão dada a atravessar a rua, os cuidados no mar, o que se pode dizer ou não a um estranho. 
sim, um estranho. no outro dia quando dei conta, o Rodrigo contava onde morávamos, o que fazíamos, o que vamos fazer nas férias, só faltava dar o número da conta bancária a alguém que tinha acabado de conhecer! falei com ele, expliquei-lhe que não deve dizer assim tuuudoo a toda a gente... resultado? passados uns dias, numa esplanada, ele esteve largos minutos a conversar com uma senhora que devia ter para cima dos 80 anos e com um ar muito simpático. quando íamos embora e o fomos chamar, a senhora deu-nos os parabéns, ele estava muito bem ensinado sobre falar com estranhos porque... nem o nome lhe quis dizer!!
por outro lado, quando a minha mãe cá esteve e saiu com o Rodrigo, veio muito admirada por ele não a ter deixado atravessar a rua, mesmo sem virem carros de lado nenhum. "O sinal está vermelho para os peões, avó!" foi a justificação dele!



Então, vou partilhar alguns exemplos do que fazemos por cá, em termos de prevenção:



- Estou Aqui : já é o 3º ano que aderimos às pulseiras da PSP. é simples, basta um registo no site e ir buscar à esquadra mais próxima. as pulseiras têm um código e quando a criança é encontrada e se liga para o 112, basta dar o código e assim acedem aos contactos dos pais. Os meus rapazes já andam a exibi-las!


- Estranhos: explicamos que não se deve dizer tudo a toda a gente, pormenores da nossa vida a qualquer pessoa que meta conversa connosco. obviamente, eles ainda estão a medir o bom senso nestas coisas, mas com o tempo, vamos lá!


- Mar e piscina: 
. Só entramos no mar se estiver bandeira verde, caso contrário, ficamos só a contemplá-lo. 
. Mesmo com a bandeira verde, só podem ir a banhos com um adulto. 
. O Duarte (4) ainda usa braçadeiras, e quando as estou a colocar, vou perguntando se ele acha que estão bem colocadas - bem cheias, com os pipos fechados e colocados para dentro! (isto para, se estiverem com outras pessoas, que possam não ligar a estes pormenores importantes, ele alertar, como já aconteceu). 
. se estiverem muitos meninos na água e algum estiver aflito, chamar logo um adulto e não ir ajudar. (esta é mais para o Rodrigo que acha que já é muito crescido e que nada muito bem... só que não!)
. Nas piscinas os cuidados são mais ou menos os mesmos, só não há bandeira, mas obviamente também não podem entrar ou brincar por perto sem a presença de um adulto. 


- Carro: nas viagens longas e mesmo nas mais curtas, seja com quem for, não andam sem ser nas cadeiras e com os cintos postos. Houve uma altura em que o Duarte estava com a mania de tirar o cinto ou passar um dos braços por baixo, o que retirava a eficácia ao cinto. Parávamos assim que podíamos, colocávamos o cinto bem e explicávamos todos os perigos de viajar sem cinto. Felizmente, o manos ajudava porque sempre foi mais certinho em seguir estas regras. Foi uma fase, já passou.


- Rua/Estrada: na rua devem andar sempre perto de nós e avisar quando querem ir ver alguma coisa. claro que nem sempre acontece. as crianças têm o radar da curiosidade ligado ao botão do imediato e, também por isso, temos que ter mil olhos. para atravessar a estrada, só com o verde para peões... ás vezes à noite, sem carros, as ruas desertas, e nós à espera do verde... acontece!


Lendo agora tudo isto, pode parecer que somos uns freaks da segurança que não os deixamos fazer nada. Pelo contrário. Adoro que eles explorem tudo à sua volta, arranhões e nódoas negras não fazem mal a ninguém, mas acho que há questões de segurança e prevenção que lhes devem ser mesmo passadas, é a nossa obrigação enquanto pais.
ensinar-lhes o porquê de determinadas exigências que fazemos, para que percebam que não é por sermos chatos, e que não é para seguirem só quando estão connosco. é para a sua segurança e em qualquer altura, estejam com quem estiverem (avós, tios, colónias de férias, ATL's...)! é esta a questão!




Espero que tenham gostado e adoraria saber quais os vossos métodos em segurança e prevenção.





Boas férias!!!

Sofia**




junho 23, 2017

9 meses






passaram 9 meses desde que iniciaste um salto gigante no teu crescimento. 
deixaste a casa onde cresceste durante seis anos, os amigos do berçário, e ingressaste numa escola nova, com rotinas diferentes, o que te causou alguma ansiedade natural. tiveste que enfrentar a nova sala de aula, o grande recreio cheio de meninos mais velhos, conhecer novos colegas, a nova professora, e novas funcionárias. 
quando te deixei na escola, no primeiro dia, senti bem a tua angústia. voltei ao meu primeiro dia de escola primária, aquele espaço enorme e eu sem conhecer ninguém. perto de ti, o meu beijo foi sempre de confiança, longe, o meu coração pequenino.
árvore após árvore (lembras-te?) lá conseguiste entrar sozinho por aquele portão, e ao fim de uma semana, um pouco mais tranquilo, já levavas maior confiança no disfarce das incertezas. 
9 meses e o teu crescimento é gigante. não só na altura. enfrentaste os teus medos, superaste os teus receios, fizeste amigos novos, fortaleceste amizades.
9 meses, o tempo de aprenderes a ler e a escrever, o gosto pelas contas e a paixão pelas experiências, a satisfação e o orgulho nas tuas conquistas. O tempo em que não aprendeste a gostar dos TPC's, nem de estar sentado muito tempo, mas disfarçaste bem. O tempo de todos aprenderem o teu nome mas ninguém ter queixas tuas.
Tenho tanto orgulho em ti. Vejo aquilo que imaginei há 9 meses atrás: um miúdo feliz!
Hoje, quando passaste o portão da escola, gritaste FÉRIAS!! com a alegria de quem sabe bem como fazer a manutenção dessa felicidade.

Boas férias miúdo! Vamos torná-las inesquecíveis!





com amor, 
mãe












junho 22, 2017

terríveis criaturas... *





. cena 1 - hora de deitar: 21h30

mãe dá mimo, pai conta história. ou pai dá mimo e mãe conta história. ou mãe e pai dão mimo e contam histórias.

o que é que se passa a seguir?
"mãe, tenho sede! / pai, só te quero dizer uma coisa.../ mããee, posso ir fazer xixi?? / mãe e pai, mais um miminho!! / pai, quero água! / mãe, podes vir aqui?? Por favor!!" 

hora de dormir: 23h00!

resultado: pais exaustos, a verem um episódio de qualquer coisa que dura 45 minutos, em três horas!



. cena 2 - hora de deitar: 21h30

fazemos jogo de tabuleiro os quatro e neste caso substituímos a história. pai dá miminhos, mãe dá miminhos e canta uma música.

o que é que se passa a seguir?
"mãe, tenho sede! / pai, só te quero dizer uma coisa.../ mããee, posso ir fazer xixi?? / mãe e pai, mais um miminho!! / pai, tenho fome!! mas eu tenho muita fome!! / mãe, podes vir aqui??" 

hora de dormir: 23h00!

resultado: pais exaustos, já na cama, enquanto eles continuam nisto...




cena 3 - hora de deitar: 21h30

pai não está. 
mãe conta história e dá miminho na cama do mais novo. troca e dá miminho na cama do mais velho, que entretanto contou até 49, enquanto eu estive com o irmão, logo, vai contar até 49 outra vez, que aqui somos pela igualdade, e só depois posso sair da cama dele! e eu cumpro!


o que é que se passa a seguir? 
"mãe, tenho sede! / mãe, só te quero dizer uma coisa... / mããee, posso ir fazer xixi?? / mãe, quando é que o pai chega?? / mãe, quero água! / mãe, podes vir aqui?? Vá lááá!" 

hora de dormir: 23h00!

resultado: mãe exausta a escrever este post sobre as terríveis criaturas que adora... mas que lhe põem os cabelos em pé!! (ainda não são 23h mas eu sei como isto vai acabar...)




Conclusão: acho que eles querem mesmo enlouquecer-nos!



O meu abraço especial a todos os que passam pelo mesmo... há mais por aí, certo?? (gritem, por favor!) :)





* olho para esta foto com três anos (que fofos!), e percebo que a hora de dormir há muito que tem muito que se lhe diga... felizmente as noites correm (quase sempre) bem!








junho 21, 2017

perigoso é jogar ao pião!!?

ATENÇÃO: 

Este post não tem como objectivo criticar a forma de educar/entreter os filhos dos outros. Não sou (ou não somos) anti coisa nenhuma. Só quero colocar alguns factos em perspectiva, pensar um pouco, porque de certa forma acho que se está a perder a noção...




em meados do ano lectivo o Rodrigo, que entrou para o 1º ano, comentou cá em casa, que um menino do 3º ano tinha um telefone, que era muita fixe e passava os intervalos a jogar jogos no smartphone. fartou-se de apelar ao nosso bom senso, para que lhe comprássemos um também, porque como aquele menino existiam muitos outros que tinham telefone, inclusive um colega da mesma idade dele (na altura, seis anos) também tinha. 
perante tanta pedinchisse, que em escassos momentos me fez duvidar da minha decisão (nem pensar!), perguntei-lhe o que achava ele mais divertido: brincar com os amigos, aproveitar os míseros 30 minutos ao ar livre para correr e jogar o que lhe apetecesse, ou ficar sentado num banco (como está o dia quase todo) a olhar para um ecran? a resposta foi a que esperava: prefiro brincar! 
fi-lo pensar, apesar da resposta dele não ter influência na minha decisão, tomar uma decisão, e não foi preciso dizer-lhe que não, não lhe ia dar um telefone. 

no Natal, os avós ofereceram um tablet a cada um. 
honestamente, eles raramente pegam nos tablets, passam semanas sem lhes tocar. é verdade que ás vezes dão jeito nos restaurantes, mas fora isso, raramente me lembro de lhos dar e eles também raramente pedem.
no entanto, há muito que o Duarte, quatro anos, me pede para levar o tablet para o infantário, porque A,B e C também levam e patati-patatá, porque é que ele não pode levar!? explico-lhe que a escola é para fazer actividades e brincar com os amigos, não há espaço para ecrans e bonecos digitais. ele amarra o burro mas não leva. (além disso, sinceramente, nunca acreditei que os amigos usassem mesmo o tablet, talvez o deixassem guardado na mochila, mas só.)


Uma das coisas que o Rodrigo mais gosta quando vai a casa dos avós paternos é descobrir os antigos brinquedos do pai e do tio. no outro dia, descobriu dois piões, daqueles de madeira, pintados a verniz, tão antigo e diferente do que se vê hoje, que ainda o tornou mais apelativo. trouxe-o, todo contente, e quis levar para a escola para mostrar aos amigos e ensinar-lhes uns truques. 
quando o fui buscar, perguntei: 

- então, os piões foram um sucesso, não?
- não mãe, a professora não deixou levar para o recreio!
- Não?! Porquê?? 
- Ela disse que sem querer podíamos ficar mal, se o pião saltasse e batesse na cabeça de algum menino... que era melhor guardar.


(não quis acreditar que, em 2017, um pião é considerado uma arma potencialmente perigosa na escola primária no primeiro ciclo! enfim...)



Um destes dias, quando estava a deixar o Duarte no infantário, repito, no in-fan-tá-rio, reparo num colega dele (4 anos) alheado de toda a conversa que a mãe está a ter com a educadora e comigo, porque está fixado no tablet que ganhou do mano, uma vez que este, que vai para o 5º ano recebeu, claro, um smartphone e já não quer o tablet que é para bebés... 
à parte daquela cena não me fazer sentido naquele local, e de ter imediatamente os meus a buzinarem-me "Vês mãe, ele traz!!" vim-me embora sem pensar mais no assunto. até regressar da parte da tarde, e estarem todos os meninos na rua a brincar, a correr, a jogar jogos, menos aquele que estava sentado num canto a progredir na amizade com o seu tablet!
(Na mesma escola onde não podem levar espadas nem armas de plástico para não estimular a agressividade... sou psicóloga e, sinceramente, não entendo!)




Resumindo: é só a mim que isto não faz sentido nenhum?! 

- crianças de quatro anos com tablets no infantário?
- crianças de seis anos com smartphones?
- crianças com gigas de internet nos dispositivos?
- crianças com livre acesso a todos os conteúdos que possam encontrar na internet?
- crianças que não brincam, jogam com ecrans??
- faz sentido dar um telefone a uma criança, que hoje em dia não é só um telefone, é uma central de comunicação e partilha, a crianças que não se sabem proteger, que não entendem a falta de limites que existe na internet?
- faz sentido dar um tablet ou um smartphone a uma criança, independentemente da idade só porque temos muitos lá em casa? A MEO ofereceu, a NOS também... olha, este fica para ele!?




Pais, educadores, escolas, professores: isto não é perigoso? 

claro que é! mas, claro que é!!

O que estamos a fazer às nossas crianças? vão crescer sem saberem resolver conflitos, sem privilegiarem os momentos com pessoas de carne e osso, sem conhecerem os jogos tradicionais?

Será necessária uma proibição superior, relativa ao uso destes dispositivos nas escolas/infantários e porque não, creches? 

Já li por aí que os pais que cresceram na década de 80 (eu!) protegem demasiado os filhos, não lhes dão responsabilidades, não os deixam errar, etc...
Mas, estamos a protegê-los de quê?? Da possibilidade de levarem um galo na cabeça e uma história para contar em casa? de criarem memórias reais, com pessoas e acontecimentos reais?



Digam-me: sou só eu?...








Sofia**








junho 12, 2017

#para rir... (#4)

O Duarte, mais uma vez, porque os quatro anos são riquíssimos em "pérolas" porque as associações que eles fazem nesta idade, juntamente com a forma de falar ainda fofinha confere todo um tom especial às conversas.
mas dizia eu, que o Duarte é um bocadinho avesso a tudo o que seja verde no prato. come a sopa muito bem, mas de resto, legumes em três dimensões são imediatamente renegados para fora do prato.
nós bem tentamos, ponho sempre qualquer coisa no prato dele, digo-lhe que os verdes fazem músculos (como achas que o Hulk é assim?), dão força, fazem crescer. eu como, o pai come, o mano também, mas ele não se deixa convencer!




no outro dia, ele reparou que tínhamos o tapete da sala enrolado e perguntou-me:


- Poquê isto está aqui assim?

- Porque foi aspirado.

- Então poquê não pões no sítio?

- Porque preciso da ajuda do pai para levantar o sofá.

- Poquê?

- Porque o pai tem mais força e preciso que ele levante o sofá!


olha para mim, com uma sobrancelha mais levantada que a outra, e atira:


- então poquê tu comes brócolos??!




...





junho 08, 2017

#para rir... (#3)




Duarte, 4 anos, voz arrastada de angústia:


- Mãe, não procuro o fato do Iron-Man!!

- Não procuras?! Não encontras?

- Sim. (longo suspiro) Tu podes ajudar-me a procurar o fato do Iron-Man mãe, podes?

- Mas tu já tentaste? 

- Siiim!! Podes mãe, ajudas-me?








Já no quarto enquanto constato que ele procurou só com os olhos, esqueceu-se das mãos, e tiro fato atrás de fato de dentro do saco dos disfarces, digo-lhe que depois vai ter que arrumar tudo como estava. E qual não é o meu espanto quando ele me responde indignado:





- Euuu??! Mas tu é que estás a desarrumar tudo!!!





...




(a sério??)



junho 05, 2017

7 anos e uma festa

o Rodrigo entrou na primária em Setembro e esta mudança trouxe também uma separação de grande parte dos amigos do infantário, alguns colegas desde a creche.
quando começámos a falar da festa de anos - pr'aí desde janeiro que ele não se cala - a ideia dele foi sempre consistente: uma festa em casa com sete amigos! por um lado surpreendeu-me, estava à espera que ele pedisse uma festa de insufláveis ou coisa que o valha, por outro gostei que ele tivesse este sentimento de amizade já estabelecido, uma vez que ao longo dos meses os nomes não mudaram.




quando chegou a altura de entregar os convites comecei a receber as confirmações acompanhadas das perguntas: em casa? tens a certeza? isso é que é coragem! não vou negar, fiquei um bocado assustada! vivemos num apartamento, não temos jardim, o que é que os miúdos iam fazer durante (glup) três horas cá em casa??
chegou finalmente o dia. enfeitámos a sala, com a ajuda dos miúdos, o tema escolhido foi Lego e optámos por coisas simples, uns balões com umas caras desenhadas, pratos e copos a condizer e algumas guloseimas e um bolo caseiro.
à medida que os pais vinham deixar os miúdos desejavam-nos boa sorte, deixavam o contacto e iam saindo com aquele sorriso de quem lhes saiu a lotaria, afinal, tinham 3 horas livres de miúdos!! e temiam o pior... cá para casa!





no inicio foi preciso quebrar um bocado o gelo, nem todos chegaram à mesma hora, já não estão habituados a festas em casa e não sabiam bem o que fazer. foi aí que entrámos nós em acção. começámos uns jogos que o Rodrigo tem, depois lançámos a Cabra Cega (eles adoraram) e fizemos origami! comprei uns kits de aviões e de Quantos Queres na Fnac (lembram-se? foram os preferidos) e os miúdos a-do-ra-ram! fizeram os origami connosco e divertiram-se com aquele jogo simples que todos conhecemos da nossa infância.


No fim o balanço foi positivo: as crianças divertiram-se, o Rodrigo estava muito feliz, e eu só tive um vaso partido! (muito bom!!)




os miúdos são simples, nós é que complicamos! ;)





Boa semana!

Sofia**






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junho 02, 2017

à queima roupa

Manhã. A mesma rotina, o nosso passeio calmo até à escola, as nossas conversas e brincadeiras.


À porta da escola o R sai-se com esta:

- A mãe do G. é mesmo boa!
- O quê, R?
- A mãe do G. é mesmo boa.
- Então, porque dizes isso?
- É que ela dá tudo ao G. o que ele pede. Ele quis os skates, ela deu, agora ele quis os invizibles e ela deu-lhe!
- ah, pois...





ahaha, miúdos... ;)

junho 01, 2017

meninos vs bonecas?! *

há umas semanas os meus filhos foram desencantar um Nenuco que uma amiga deixou cá em casa. brincam com ele como se não tivessem mais nada para se entreter. preocupam-se se chora, se come, se está tapado à noite, e até pediram à avó que fizesse um gorro de lã para lhe pôr na cabeça! o Duarte, que quase todos os dias leva um brinquedo para a escola, decidiu que este era o seu preferido, e lá fomos nós, rua fora com o seu bebé, para espanto de quem ia passando por nós! 
mas o boneco é só um e eles são dois, logo há disputas a toda a hora. e não esquecer que o dito Nenuco é de uma amiga, e a determinada altura será devolvido! 
com a aproximação do aniversário do meu pequeno, começaram as perguntas sobre as prendas, o que lhe dar, o que é que ele precisa?? eu confesso que pedi a toda a gente que lhe desse roupa para a Primavera, no limite a trotinete que ele pediu, mas brinquedos nem pensar. não depois deste Natal em que eles receberam o que pediram e não ligaram a nada... e o quarto, como imagino tantos outros, tem tralha espalhada por todo o lado, coisa que me mexe com o sistema nervoso!
mas às tantas, a minha mãe, que preferiu dar dinheiro para eu escolher a roupa, queria oferecer-lhe um mimo (para não lhe entregar a nota)! pensa lá em alguma coisa para eu dar ao menino!, disse-me ela. Um Nenuco! disse-lhe eu! não vou negar, houve espanto na minha sugestão, a minha mãe não acreditava que os seus netos, rapazes pouco delicados como são, sempre às lutas e a trepar às árvores, pudessem ter a sensibilidade de andar a cuidar de um bebé de um lado para o outro! tive que lhe enviar umas fotos dos netos com o seu bisneto para ser mais credível.




a verdade é mesmo esta: não se oferecem Nenucos aos meninos nem carrinhos às meninas! e há sempre espanto quando os pedidos das crianças fogem às regras preconceituosas estipuladas pelos adultos. como se na sociedade actual as mulheres não conduzissem, não existisse futebol feminino, ou os homens não mudassem fraldas, não cozinhassem nem participassem em tantas outras tarefas outrora entregues às mulheres. a sociedade mudou, os estilos de vida mudaram, e está na altura de colocarmos de lado os pré conceitos e mostrarmos aos nossos filhos que eles podem fazer de tudo um pouco.

mas e se o preconceito já vem no ADN?
pois, é que cá em casa não temos tarefas só para A ou só para B, todos participamos em tudo, embora seja verdade que por comodismo, há coisas que normalmente sou eu que faço (arrumar a cozinha) e outras o pai (levar o carro à oficina), por exemplo. mas também é verdade, que o pai também aspira e eu também conduzo... isto para dizer, que apesar de toda esta "liberdade" nas nossas rotinas diárias, o meu filho mais velho sai-se muitas vezes com esta "pai, mas isso é para as mulheres fazerem!", e o pequeno "não mãe, isto não é para meninas!!".
desculpem?? levam imediatamente uma ensaboadela sobre a generalidade dos géneros e das tarefas, e de que todos podemos e devemos fazer tudo. estamos à espera que água mole em pedra dura...


e por aí, que tipo de experiências têm com os vossos meninos e meninas?

podem ler esta reportagem do Expresso e espreitar este projecto interessante!





Sofia**





* post escrito em Fevereiro e esquecido em rascunho... mas actual!











maio 31, 2017

dia dos manos





há algum tempo que o Duarte pergunta pelo dia dos manos. já celebrou o dia do pai, o dia da mãe, o dia da família e não lhe fazia sentido que o dia dos irmãos não existisse. eu sinceramente sabia que algures no calendário se festejava este dia mas não sabia quando. nem me tinha apercebido que o dia dos irmãos era a seguir ao aniversário do Rodrigo. o nosso pequenino ficou todo contente, abraçou-se ao mano logo de manhã e reclamou (mais) uma festa cá em casa. 
acho que isto diz muito sobre a relação deles. são cúmplices, são amigos e meigos um com o outro. o Rodrigo assume muitas vezes um papel protector e de mestre do mano, e o outro segue-o com orgulho e faz equipa com ele, às vezes até para nos tramarem! claro que têm muitas brigas, volta e meia lá vem um a chorar por qualquer coisa que o outro lhe fez, têm ciúmes e reclamam o nosso colo só para si. mas amam-se. amam-se como só os manos se amam e espero que sejam sempre assim, amigos.






Feliz dia dos Irmãos!







7 anos

não dá para acreditar que ontem o Rodrigo completou sete anos. passaram estes anos todos desde que fui mãe pela primeira vez, com todas as emoções que envolve ser mãe pela primeira vez. já passaram sete anos desde que o Rodrigo era pouco maior que as palmas das nossas mãos, chorava a toda a hora, era carequinha e magrinho, e nós não sabíamos bem o que havíamos de fazer com ele. 
7 anos. e finalmente é dia 30, o dia que nunca mais chegava no calendário que ele estudava há meses, ansioso por poder finalmente festejar o aniversário. é incrível como ele fica feliz por fazer anos. 
para mim houve um misto de emoções. muito feliz, porque também adoro aniversários e festejar o dia em que fui mãe, cantar os parabéns a este filho tão querido, é sinal de que posso agradecer muito estes últimos anos. por outro lado, mesmo com tudo de bom que este crescimento representa. vê-los mais velhos, mais independentes, completamente diferentes dos bebés que um dia foram é doloroso. no fim do dia, senti falta daqueles largos minutos em que, quando ele era bebé, aninhava-o no meu colo e lhe murmurava mimos ao ouvido, e ouvia só os seus suspiros. suspiros de quem não precisa de mais nada, só do colo da mãe.  





hoje o Rodrigo já não se mede com as mãos e diz que está quase do meu tamanho. é um miúdo esperto, perspicaz e com um sentido de humor pouco comum nesta idade. é curioso, explorador, faz muitas perguntas e quer saber como tudo começa e como tudo funciona. quer muito ser independente, ter a chave de casa, um telefone, andar pelas ruas a uma boa distância de nós. mas não quer andar sozinho e diz muitas vezes que vai viver sempre connosco.
é um Tom Sawyer no recreio e um menino bem comportado na sala de aula. adora aprender mas não gosta da forma como se ensina. gosta de andar de bicicleta e trotinete, joga basquete mas quer experimentar karaté, e o seu prato preferido é sushi. adora sushi.
é um miúdo muito sensível mas sempre com uma capa de durão para disfarçar. ontem ficou genuinamente feliz com todas as felicitações que recebeu e com os mimos que lhe fizemos: panquecas e balões ao pequeno almoço, bolo para a escola, o prato preferido para almoçar em casa, um amigo para jantar. no fim do dia agradeceu, a mim e ao pai, com um grande abraço.
diz que quando for grande vai trabalhar na Lego, jogar na NBA e viver nos Estados Unidos. quer muito ter uma casa com jardim e um cão. 
eu digo-lhe todos os dias que o amo e desejo que todos os seus sonhos se cruzem num único ponto de encontro: o da FELICIDADE.










Parabéns meu amor!

mãe










maio 30, 2017

30.05.2017



Não fui eu que escrevi e em 2010 o poema ainda não existia, mas foi mais ou menos isto que te disse...

Meu amor
Ainda és tão pequenino
Mas o que eu cá dentro sinto
Já é maior que o mundo
E quando à noite
Te sentires sozinho
Eu pego na guitarra
E canto baixinho
Vou-te encher de beijos
Assim que te vir
Vou-te ter nos meus braços
De lá não vais sair
Vou-te encher de beijos
Ver-te adormecer
Quero tanto
Te conhecer
Meu amor
Não prometo perfeição
Farei o que sentir
O que disser o coração
Se mesmo assim
Pensares que errei
Um dia verás que foi
Para teu bem
Vou-te encher de beijos
Assim que te vir
Vou-te ter nos meus braços
De lá não vais sair
Vou-te encher de beijos
Ver-te adormecer
Quero tanto
Te conhecer
Se olhares para mim
Como olho para a minha mãe
Saberei no fim, que acertei
Bem mais que errei
Vou-te encher de beijos
Assim que te vir
Vou-te ter nos meus braços
De lá não vais sair
Vou-te encher de beijos
Agora que te conheci
Quero tanto
Cuidar de ti



Para ti, Luísa Sobral










amo-te,

mãe





maio 25, 2017

livros - contos infantis

já tinha escrito por aqui que um dos nossos rituais à noite (nem sempre, mas muitas vezes) passa por lhes contar uma história. sinceramente, nem sempre resulta como método para os acalmar, porque eles inventam sempre qualquer coisa para adiarem a hora de dormir mas, em última instância, diverte-os, fá-los usar a imaginação, conhecem novas palavras e estão ali connosco, inteiros.





Todos os livros que apresento em cima têm histórias tradicionais, com ilustrações muito giras. 
O Príncipe Sapo, comprei no IKEA. A história é um pouco longa mas muito engraçada.
O meu preferido é o Contos Infantis (cinco minutos), e como o próprio nome indica cada história leva cerca de cinco minutos a contar e tem detalhes que servem para lhes testar a atenção. Ofereceram-lhes daqui
Era uma vez tem três histórias clássicas: Os três porquinhos, a Capuchinho Vermelho e a Caracolinhos Dourados, contadas de forma mais encurtada, perfeita para noites em que já passou a hora de dormir mas eles pedem muito muito um miminho! E o Espantalho Tomás, coitado, vive numa quinta a vida toda até que um dia os amigos o surpreendem e levam até à cidade. Uma aventura!
O Principezinho talvez seja a história mais reproduzida da história, passo a expressão, e sempre de maneiras diferentes. neste caso, é acompanhada de puzzles em cada página. acho que comprei este livro cedo demais ao Rodrigo, mas não lhe resisti na altura! (comprei aqui)



Espero que tenham gostado das sugestões.
Também vos pode interessar este post e este.







Sofia**









o que é mais difícil ao ter um filho?

no outro dia alguém dizia que ter filhos é fácil, difícil é educá-los. não podia estar mais de acordo com esta afirmação. 
eu não tinha esta noção quando decidi ter o meu primeiro filho. acho que pouca gente deve ter. normalmente, antes de decidirmos engravidar, ponderamos se a nossa vida é estável o suficiente, o dinheiro, a casa, o emprego, o carro, se a nossa relação é para durar, se há amor e companheirismo que cheguem para levar a cabo as noites mal dormidas, o fim (ainda que temporário) das saídas a dois, do dinheiro que se gasta em fraldas e que deixa de ser gasto em férias... acho que deve haver poucos casais a ponderar: será que vamos saber educá-lo? vamos conseguir impor-lhe limites? como faremos para lhe transmitir os nossos valores? como vamos lidar com as birras? e com as respostas tortas? e quando nos começar a pedir tudo e mais um par de botas, devemos dar-lhe só porque sim?! não, definitivamente não foram estas as perguntas que nos colocámos quando em 2009 decidimos avançar para o aumento da nossa família. 
mas o mais engraçado, é que perguntas deste género surgiram ainda na maternidade com ele, mínimo, nos meus braços, o inchaço da anestesia, as dores da cesariana: será que te vou conseguir proteger? conseguirei fazer-te feliz? que adulto serás? quero o mundo para ti... e nesse dia começou a preocupação com o dossier mais importante da vida destes (dos) pais e, por consequência, dos filhos também: educação.



nunca fazemos ideia de como serão os nossos filhos, que tipo de adultos se tornarão. nem temos poder suficiente para controlarmos na totalidade. e é importante termos essa consciência: não vamos conseguir controlar tudo! senão vejamos, temos 50% da parte genética que nos pertence mas os outros 50% têm muito que se lhes diga. temos o meio ambiente, os amigos, a escola, as educadoras/professores, as auxiliares, os treinadores, os avós, os tios... e depois temos o nosso filho que desde que nasce absorve o meio que o rodeia, aprende com os nossos exemplos e com os dos outros, ouve o que lhe dizemos e ouve mais uma dúzia de pessoas durante o dia, aprende na escola, aprende na televisão, aprende na rua, aprende, aprende, aprende... e gere tudo de acordo com a sua visão do mundo, com a sua personalidade semi moldada. 
claro que a nossa parte é fundamental. que não haja dúvidas que o nosso papel enquanto pais educadores, enquanto transmissores de exemplos e valores, é de longe o separador mais importante da aprendizagem deles. mas não é tudo.

e é na fase em que eles nos começam a colocar problemas, para os quais não estávamos preparados, que começamos a questionar se estamos a fazer bem, se estamos a fazer o melhor, e se o nosso melhor vai ser entendido por eles da melhor forma. é certo que vamos errar, mas também havemos de fazer muita coisa bem. resta-nos esperar que a mensagem (de amor) passe da melhor maneira possível. 

a mim preocupa-me que não saibam dar valor às coisas, quer materiais porque custam a ter, mas sobretudo ao que é simples mas importante como o amor e amizade. preocupa-me que não tenham empatia pelo outro, que não sejam justos, ou que se deixem levar pelo que as aparências exigem. às vezes tenho dúvidas, tantas vezes, sobre a forma como lhes devo (devemos) passar a mensagem. 


e a vocês, o que vos parece mais difícil ao educar um filho? quais são realmente as vossas preocupações? adorava que partilhassem! :)






Sofia**






maio 18, 2017

livros - vamos falar de emoções?

às vezes aproveito algumas promoções para investir nos livros. foi o caso destes que comprei na altura da black friday na Bertrand, no ano passado, para lhes oferecer no Natal. em cada um escrevi uma dedicatória, alusiva ao tema do respectivo livro. escrevi na última página, não lhes mostrei. vou esperar que um dia, quando já souberem ler, a descubram e se surpreendam!


já lemos todos e eles gostaram bastante. 
o primeiro, A coisa que mais dói no mundo, fala da mentira e de como pode prejudicar os outros e a nós próprios. a história é engraçada (para os miúdos, principalmente), fá-los rir e entender a mensagem.
o Monstro das Cores é interessante sobretudo para a idade do Duarte (4) mas adapta-se perfeitamente aos mais velhos. para ele não foi novidade porque falou deste livro na escola. ajuda-os a identificar os sentimentos através das cores: a tristeza, a alegria, a raiva, o medo e a calma. e o mais giro é vê-lo a aplicar as cores às situações ("Mãe, estou vermelho, tenho raiva!, Estou azul (feliz) mãe!") - não há como resistir.
Adivinha quanto gosto de ti ofereci directamente ao Rodrigo. desde pequenino que lhe digo que gosto dele tanto assim, e quando chegou ao fim da história até lhe vieram as lágrimas aos olhos. parece simples mas transmite tanto. e as ilustrações são lindíssimas.
Zé zangado faz parte de uma colecção de três livros (se não me engano) que falam das emoções para meninos mais crescidos, em idade de leitura. identifica, neste caso, a zanga e como lidar com ela e dá também dicas aos pais para ajudar os filhos nesta coisa complicada que pode ser o sentir e não saber expressar. desta colecção, escrita por psicólogas, faz parte também a felicidade e o medo.


cá em casa falamos bastante (mas naturalmente) sobre as emoções e sentimentos e vejo com agrado que eles já conseguem transmiti-las verbalmente. por exemplo, às vezes, numa birra, depois de chorarem um bocado, pedem colo e mimo, ou então vêm pedir desculpa pela maneira como se portaram. noutras alturas, dizem obrigado ou relatam como estão felizes com determinada surpresa.
isto pressupõe que interiorizaram a situação, identificaram a forma como se estão a sentir e agem em conformidade. numa situação frustrante, choram e pedem mimo para se acalmarem. se se sentem felizes, reconhecem e agradecem o que os fez ficar assim.



estes são alguns dos livros que considero interessantes para de uma maneira divertida e com bonitas ilustrações falarmos de sentimentos com os nossos pequenos. independentemente das idades, é bom começar a construir uma inteligência emocional que lhes permita lidar da melhor forma com as mais diversas situações nas diferentes fases das suas vidas.




espero que tenham gostado. adorava saber se têm mais sugestões.







Sofia**





P.S.: esqueci-me de mencionar o Divertida-mente (o livro e o filme) outro bom exemplo!










maio 11, 2017

"porque a determinada altura temos que perguntar porquê."

porque é que o horário escolar é superior ao horário dos funcionários da função pública?

porque é que há cada vez mais crianças diagnosticadas com deficit de atenção ou hiperactividade?

porque é que as crianças trazem tantos trabalhos de casa? para que servem?

porque é que as escolas têm vindo a reduzir o tempo de intervalo (aka brincadeira) e a aumentar o tempo efectivo de aulas?

porque é que os programas são cada vez mais extensos?

porque é que existem cada vez mais crianças e jovens a queixar-se do sistema escolar, das matérias, dos professores...?

porquê...?



na última reunião na escola do Rodrigo, que recordo está a frequentar o 1º ano (1ª classe), a professora referiu que os miúdos andam cansados, que o programa é muito exigente e que está constantemente a mudar. disse ainda que a última turma que teve do 1º ano, há quatro anos atrás, tinha que aprender ao longo do ano lectivo até ao número 20, e que actualmente, o programa exige que aprendam até ao número 100 e que façam algoritmos e pequenos textos da sua autoria! 

e eu perguntei porquê? quem é que elabora os programas escolares? quem é que define o que é importante as nossas crianças aprenderem? quem está no comando tem noção prática do que se passa no terreno? no que é que se baseia o conteúdo programático?

o que recebi de volta foi um encolher de ombros. quase que senti, por parte da professora, um certo receio em falar não fosse ela dizer tudo o que devia (e não devia, talvez). e todos os outros 24 pais presentes na sala se mantiveram em silêncio. ninguém perguntou porquê, ninguém se juntou à minha indignação, todos se mantiveram calados, conformados. 

o mesmo já acontecia no infantário quando nas reuniões as educadoras se queixavam que não tinham tempo para fazer "coisas giras" com as nossas crianças, e que achavam um absurdo terem que seguir regras e um programa idêntico ao do ensino básico porque o Ministério da Educação assim o exigia. e também aqui ninguém perguntava porquê. (ou melhor, perguntava, eu!) havia um encolher de ombros e conformismo generalizado como se fosse tudo normal! o importante mesmo era discutir a qualidade ou a cor das t-shirts, o valor da prenda da festa de Natal ou as mil exigências para a festa de finalistas...

eu não acho normal! e hei-de perguntar porquê sempre que alguma coisa no que diz respeito à educação/formação dos meus filhos não me pareça adequada! 

eu não me importo que eles brinquem à chuva, que subam às árvores, que venham com os joelhos esfolados. eu não quero recreios forrados a borracha, quadros interactivos, tablets individuais, nem aulas de mandarim ou japonês.
eu quero um ensino apelativo e adequado, que fomente a curiosidade deles e que permita o florescer da sua criatividade.
quero que eles tenham tempo para brincar, para jogar, para estar em grupo, dentro ou fora da sala de aula e que tenham tempo para cultivar valores como solidariedade, amizade, cooperação.
quero uma escola com casas de banho em condições, com um pavilhão desportivo onde não chova, com uma ementa alimentar nutritiva que não os faça passar fome ou encherem-se de bolachas logo a seguir ao almoço. (mas também aqui pareço ser a única a preocupar-me...)
eu quero que a escola, o ensino, seja um lugar para onde os meus filhos vão felizes e entusiasmados, mas isso não acontece. e como ainda só estamos no 1º ano sinceramente tenho medo do que aí vem, mas esperança que muito em breve ocorram mudanças.
porque temos que ser muitos a perguntar PORQUÊ?! ou não?!






desculpem o looongo texto, mas este é um tema que me interessa, que me preocupa e que julgo interessa a muita gente... ou estou errada.


deixo-vos este link com uma entrevista ao Prof. Eduardo Sá que achei muito interessante.





e, por favor, não se conformem!


Sofia**