Durante a brincadeira de fim de dia, em modo faz de conta com bonequinhos, o pai toma a personagem do filho no seu estilo "Mas eu quero ser adulto!". O filho responde no papel de pai: "Não tenhas pressa! Ser quiança é bom, muito bom: ser quiança é bincar, pedir miminhos aos pais, dumir para quescer... é muito bom!".
Este meu filho grande anda num desejo de ser maior ainda, quescido como o pai e como a mãe, adulto. Não sei o que é que ele acha de tão fascinante neste mundo de adultos, mas está sempre com a mesma conversa: "Eu-quero-ser-adulto!", afirma convicto. Tentamos fazer-lhe ver que ser criança é um tempo único, mágico e que passa num instante, o melhor é ele aproveitar. Ser adulto é aborrecido, cheio de responsabilidades e tarefas chatas. No outro dia cheguei a dizer que quando ele fosse adulto não ia viver mais com o pai e a mãe... ficou para morrer, ser adulto está bem, mas deixar de viver com os pais nunca!
E afinal, nesta brincadeira de faz de conta, parece que ele até vai ouvindo as vantagens de ser criança, apesar de fazer de conta que não está nem aí! ;)
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