outubro 24, 2014

Talvez seja eu uma mãe paranóica... *

Quando vou a casa de amigos, faço sempre (discretamente) uma espécie de inspecção geral sobre as condições de segurança. Se há janelas ou varandas e se estão fechadas, se há piscinas por perto, se a porta da rua ou portão do jardim é de fácil acesso e fácil de abrir, entre outros. Quando os deixo com os avós, faço a mesma inspecção, e acrescento recomendações: "Atenção à piscina!, Não os deixem sozinhos com os cães!, Não lhes larguem as mãos na rua! Atenção se o prendem bem na cadeira!, Olhe que ele é alto e tem quatro anos, mas no que diz respeito a noção do perigo e imprevisibilidade, tem a mentalidade do irmão!"
Dito assim parece meio estranho, não sei, até porque muitas vezes noto que ficam a olhar para mim como se eu fosse mesmo paranóica. Com amigos, já houve certas coisas para as quais chamei a atenção, e vi mesmo que nunca tinham pensado nisso, com os avós nem se fala. 

A minha paranóia com as varandas, é porque já vi o Rodrigo prestes a saltar
da nossa (comigo a metro e meio!), e porque em casa de uns amigos apanhei o Du à beira da porta de uma varanda aberta, e se ele tivesse ido espreitar tinha certamente caído do 2º andar. O não lhes largar as mãos na rua, é porque já me "desencontrei" por largos minutos do R. no shopping, e já tive que o puxar da estrada algumas vezes. Prendo sempre o Du na cadeira alta, porque quando o R. tinha seis meses e eu achava que ele não se mexia muito, apanhei-o no ar no meio da cozinha. Olho sempre de lado para prateleiras sobrecarregadas, porque no ano passado, a prateleira do quarto deles caiu cheia de livros, exactamente no sitio onde o Du tinha estado deitado minutos antes. Andar sempre em segurança no carro, estar atenta nas piscinas e mar, ou virar as pegas das frigideiras no fogão para dentro, acho que nem preciso explicar!? 
Talvez seja eu uma mãe paranóica, talvez tenha eu uns filhos muito enérgicos e curiosos e exploradores, mas o que é certo é que os acidentes acontecem, e mil olhos não chegam para os proteger. Gosto que eles sejam assim, miúdos cheios de vida, mas tremo só de pensar que posso ficar sem eles, ou que eles possam ficar presos num corpo que não lhes obedece às vontades, e por isso, faço estas vistorias e estes alertas, evitando prendê-los numa cadeira e na esperança que talvez assim os acidentes se mantenham longe...



* (a propósito de mais uma noticia de uma criança de quatro anos que caiu do 3º andar...)



             

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