dezembro 03, 2014

a tradição já não é o que era...?


my IG (@sofia_ferr)

Quando terminavam as aulas, uma semana antes do dia de Natal, viajava com as minhas primas para casa dos meus avós maternos, em Viseu, onde os ajudávamos a decorar o pinheiro verdadeiro, grande ou pequeno, conforme a escolha que fazíamos ao vivo e a cores, no meio de tantos, e onde pendurávamos bolas e fitas já com muitos e muitos anos. Não importava. Importante mesmo era o presépio, com as figuras cuidadosamente guardadas, e o musgo que tanto trabalho nos tinha dado a apanhar perto de casa. Ajudávamos a minha avó a pôr a casa em ordem para receber os nossos pais que só chegavam na véspera, carregados de prendas escondidas nas malas dos carros, e cheios de saudades nossas. As noites, como os dias, eram gelados e nada nos sabia melhor do que ficar em frente à lareira a descascar pinhões ou a estalar berlindes no lume e a tentar desvendar o que o Pai Natal nos traria. Era tão giro. Tudo. Lembro-me de ter havido Natais um pouco melancólicos, mais sossegados (só os quatro lá em casa), mas quando olho para trás e penso no Natal, o que me vem imediatamente à memória é uma casa cheia de gente, muito barulho, um Pai Natal que só aparecia à meia noite e que era muito, muito parecido com o meu tio, e da emoção ao abrir as prendas. Abrir uma prenda, era sempre uma emoção. Nunca sabíamos o que ia sair daquele embrulho, mas geralmente ficávamos muito contentes. À mesa, havia sempre bacalhau com todos, leite creme e sonhos de abóbora (que eram um sonho). Havia mais coisas, mas estes eram os meus preferidos.

Em casa dos meus pais, enfeitávamos a árvore ou no dia um ou no dia oito de Dezembro. Lembro-me de termos uma árvore branca, que eu nunca gostei, e do ano em que consegui convencer a minha mãe a comprarmos uma árvore enorme, verde e cheia de ramos. Naquele ano convenci-a também a investir em bolas e fitas mais actuais, e passei a ser oficialmente a grande impulsionadora das decorações desta época. Para mim, era sempre uma excitação decorar a árvore, juntamente com a minha irmã que infelizmente não era tão entusiasta quanto eu.
Mais tarde, casei a oito de Dezembro, e fiz questão de tirar fotografias ao pé da árvore... não sei se terá sido boa ideia. Houve familiares que ficaram com a estrela por cima da cabeça nas fotos... adiante. (risos) Na minha casa, eu e ele, passámos a fazer a árvore a um, para deixar o nosso dia livre ou já aconchegado pelas luzinhas cintilantes. Eu adoro esta época, mesmo, e espero nunca perder o entusiasmo que tenho nesta altura. Aliás, espero contagiar os meus filhos com ele. Agora, com miúdos em casa, começo logo a pensar enfeitar a árvore na última semana de Novembro, foi o que aconteceu nos dois últimos anos. O facto de não passarmos a semana do Natal aqui, dá um empurrão a esta pressa, mas leva-me de volta a casa dos meus avós, ao barulho, aos cheiros, às emoções, e à magia desta quadra, que agora se passa em casa dos avós dos meus filhos!
As tradições podem alterar-se, conforme os tempos e as vontades, mas o mais importante é que nunca deixem de existir! 





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2 comentários:

Anónimo disse...


Saudades, saudades, tenho dessa nossa pequena "Big Apple"...

Onde vamos arranjar outra igual?

Lov-U!

Sofia Ferreira disse...

No mesmo sítio?! ;)