Eu mãe...

Eu brinco, beijo, aperto, aconchego. Eu faço desenhos, bonecos de plasticina, jogo à bola, leio histórias, eu canto.

Eu zango-me, grito, dou uma palmada, ponho de castigo. Eu explico, vezes sem conta, o porquê do castigo, e qual foi a asneira. Eu ponho-me de cócoras, para ficar à sua altura, sem nunca descer do meu nível de autoridade: o de mãe.

Eu questiono-me se estou a proceder bem, condeno-me quando procedo mal, fico feliz quando vejo que os meus actos dão frutos.

Eu fico confusa quando faço de tudo e ele só quer o pai, fico feliz quando ele só quer o pai, fico toda vaidosa quando ele me quer.

Eu fico cansada, eu fico embevecida, eu fico furiosa, eu fico orgulhosa, eu fico enternecida... eu não gosto, eu gosto, eu amo ser mãe!

Eu sou assim, todos os dias, alguns dias, em momentos do dia, todo o dia. 

Eu, sou mãe!