Sempre gostei de escrever. Diários, agendas, ditados (os meus preferidos na escola), folhas soltas. Em miúda lembro-me de receber "A minha agenda" com o mesmo entusiasmo com que um adulto recebe o seu primeiro ordenado, ou compra o seu primeiro carro. Anotava os meus dias, o tanto que tinha para fazer (risos), que acontecia na escola, no recreio, assim como no meu diário, aquele com cadeado dourado e uma chave minúscula, escondida onde só eu sabia, onde escrevia os dramas da minha vida aos dez anos que, sei agora, não eram nenhuns! Fazia colecção de folhas de carta, com cheiro, sem cheiro, com os bonecos da época, e guardava-as para escrever em ocasiões mais especiais.
Em adulta, há coisas que não se perdem, e a mania de escrever é uma das que ainda hoje me acompanha. Tenho agenda, sempre, é daquelas compras obrigatórias no fim de cada ano, e onde aponto o mais importante do meu dia a dia, a minha organização, os apontamentos, os aniversários. Tenho também um caderno, personalizado por mim, onde escrevo ideias luminosas que vou tendo, planos que faço, projectos que imagino.
Quando engravidei do R. procurei logo um diário, onde pudesse descrever essa fase tão importante da minha vida, para que mais tarde, quem sabe, lhe pudesse contar como se fosse uma história. Comprei um da colecção Anne Geddes, com fotografias daqueles bebés amorosos, que dá vontade de apertar de tão fofos. Mas senti-me um pouco limitada, porque tinha capítulos e tópicos que nem sempre correspondiam ao que queria escrever. Desta vez foi diferente, comprei um caderno em branco, que pretendo personalizar um dia mais tarde. Para já conta a gravidez do D., todinha, ilustrada com fotografias minhas, onde lhe escrevo e descrevo esta viagem, e onde vou fazendo apontamentos dos primeiros meses da sua (ainda) curta existência. Para os dois, escrevo cartas, que espero um dia ler-lhes, ou que sejam eles a lê-las, talvez seja melhor.
Escrever. É bom, é reconfortante, é estruturante, e por isso também escrevo aqui! :)
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