Ontem ao preparar a mochila do R., e com ele a dizer-me para não levar a sua companhia de todas as sestas desde há três anos, dei-me conta de como está crescido, e lembrei-me do primeiro dia em que o deixei na creche.
Comecei a chorar cerca de quinze dias antes dele começar na escolinha. Ele tinha apenas quatro meses, era tão pequenino, precisava tanto de mim, eu é que sabia como ele gostava de adormecer, que música lhe cantava ao ouvido, que mimos o faziam rir, tudo! Quem iria agora ocupar esse lugar tão e só meu?? No primeira semana a adaptação foi muito gradual, e no primeiro dia ele ficou apenas uma hora. O maridão foi comigo, e quando o passei para o colo da monitora as lágrimas escorriam-me cara a baixo, de tal forma, que ela quase chorou também. Entre lágrimas e soluços entreguei-lhe o ó-ó e recomendei que o deitassem com ele para dormir. Foi uma hora. Só uma. A primeira que me separei dele ao fim de quatro meses. Na altura achei que ele não podia estar melhor com ninguém senão comigo. Era muito cedo para o deixar entregue a uma estranha. Em breve começava a trabalhar e só o iria ver no fim do dia. Aquela hora pareceu uma eternidade, apesar de termos ido passear, só os dois, pela primeira vez em quatro meses! Quando voltei para o ir buscar, ele dormia, aparentemente não deu por nada, disseram... Os dias foram passando, as horas de estadia foram aumentando, e ele ficava bem. No meu primeiro dia de trabalho deixei-o às 8h e lembro-me que quando saí às 16h corri, literalmente, para o abraçar.
Hoje era o primeiro dia do D. Ele tem seis meses, é o segundo filho, e vai para a mesma escolinha do mano, com pessoas que já conheço. Hoje, com o filho grande todo entusiasmado para voltar à escola, levei o filho pequeno nos braços, e ao subir as escadas as lágrimas começaram a escorrer-me pela cara... "God! Pára já com isso!! E se o R. vê?? O que lhe dizes? E as monitoras, vão rir-se na tua cara!?" Por sorte, esqueci-me da declaração médica (acto falhado?) e não o pude deixar. Respirei fundo, as lágrimas secaram e fui deixar o mais velho tranquilamente. Marido quase que não reparava... e eu achei que desta vez seria diferente, por ser o segundo... enganei-me!
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