...és o segundo e, supostamente, (está escrito não sei onde) já não tens tanta piada, o teu desenvolvimento não surpreende, o aparecimento dos primeiros dentes é banal. És o segundo, mas para mim (para nós), és outro ser, és outra vida, tens as tuas características, os teus detalhes, a tua personalidade.
Aos oito meses, o teu sorriso gabado por tantos, foi adornado por dois dentes de ratinho que te dão a maior graça, os teus movimentos ganharam agilidade, aperfeiçoaste a arte de gatinhar, já te ergues do chão e pões-te de pé na cama. Com esta arte e esta sede de descobrir o mundo, fazes autênticas gincanas por entre mesas e cadeiras, rastejando e empinando esse cu de fraldas (como gosto de chamar) e não nos dando sossego! Tens um ar maroto e engraçado, e encolhes-te todo quando se metem contigo, julgamos nós, que te sentes envergonhado.
Mas mais giro do que assistir todo este espectáculo que é crescer, é emocionante perceber os laços que se vão criando e o carinho que nos é retribuído todos os dias, um bocadinho de cada vez. No outro dia, o pai adormecia-te no vosso quarto, e tu estavas muito irrequieto. Ele colocou-te na cama e choraste, ele cantou e continuaste a chorar, ele viu se tinhas a fralda suja e nada... até que te deitou na cama com o mano, ele abriu espaço para ti, tu aninhaste-te e, finalmente, acalmaste. Era mesmo aquilo que tu querias, estar junto do teu irmão, um mimo, um abraço, o cheiro, talvez. Ouvir as tuas gargalhadas quando brincamos contigo é qualquer coisa de muito bom, mas ver-te em êxtase com o Rodrigo, com as doideiras que ele te faz, e vê-lo orgulhoso de te fazer rir... nem sei explicar.
Aos oito meses, deliro com o vosso relacionamento, com momentos doces (e alguns mais matreiros, também) que vão fazendo a vossa vida ter mais sabor, ter mais sentido, e vão colorindo ainda mais a minha existência de mãe. Aos oito meses, recordo como há um ano atrás fiquei feliz por te descobrir e, hoje, orgulho-me de te ter!
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