fevereiro 10, 2014

Na Terra do Nunca...

Ontem foi dia de chuva, não saímos de casa, e com dois amores tão pequenos tivemos que inventar o que fazer. Não foi fácil.
O pai foi buscar o telemóvel, e começou a ouvir gravações do Rodrigo de quando começou a falar. De repente, aquelas palavras mal pronunciadas num bebeguês tão doce levou-nos lá atrás, a um tempo recente mas já tão distante. E olhávamos um para o outro, e olhávamos para o (já) menino que temos perto de nós, que já constrói frases, já conversa, questiona, reivindica e até confronta. Quando? Quando é que ele deixou de ser bebé?? Quando é que se perderam aquelas palavras atabalhoadas e apareceram os discursos correctos e em português?? 

Chorei. Não à frente dele, mas chorei. Dizemos tanta vez que o tempo voa, mas acho que nem sempre temos real consciência de como voa mesmo. O tempo em que eles são bebés, tão nossos, gordinhos com refegos que só apetece apertar, mimosos sem nunca nos dizerem "já chega", quando gatinham e tombam aos primeiros passos, quando dizem palavras toscas que nos fazem rir. É tão curto este tempo.
Pelo meio, assistimos ao Peter Pan com o Rodrigo e ele adorou! Viajou, sonhou, fez mil perguntas, emocionou-se. Não sei se percebeu muito bem o que se passava realmente na Terra do Nunca, mas sei que viveu as aventuras daquele "menino" como se fossem dele.
Uma das gravações tinha cerca de um ano. Há um ano, eu estava no fim da gravidez do Duarte, e o Rodrigo embora ainda fosse tão meu, já me parecia tão crescido. Já tinha deixado as fraldas e a chucha, dormia e comia bem, e parecia que falava perfeitamente. Afinal, ao ouvir a sua voz, ele ainda era tão bebé. Senti tantas saudades dele assim pequenino, miudinho com os caracóis ainda a ganharem força, reguila mas tão doce, de como gostava que fosse eu a deitá-lo, de como queria meminhos atrás de meminhos, das suas gracinhas, da sua inocência... 
Agarrei-me aos dois, na esperança que o tempo passe muito devagar, que pare mesmo, para aproveitar cada momento desta bebezice boa do D. e para que o R. não me fuja dos braços...
Faz parte, vê-los crescer, mas naquele momento desejei viajar até à Terra do Nunca e ficar lá com eles, pequeninos, sempre...

                     R&D (newborns)


2 comentários:

Helena disse...

O tempo voa, mesmo. Ainda mais quando falamos do crescimento dos nossos filhos. Algo maravilhoso mas que ao mesmo tempo nos faz ter saudades de momentos que já não voltam...
Um beijinho

Sofia Ferreira disse...

Um beijinho Helena.