junho 21, 2017

perigoso é jogar ao pião!!?

ATENÇÃO: 

Este post não tem como objectivo criticar a forma de educar/entreter os filhos dos outros. Não sou (ou não somos) anti coisa nenhuma. Só quero colocar alguns factos em perspectiva, pensar um pouco, porque de certa forma acho que se está a perder a noção...




em meados do ano lectivo o Rodrigo, que entrou para o 1º ano, comentou cá em casa, que um menino do 3º ano tinha um telefone, que era muita fixe e passava os intervalos a jogar jogos no smartphone. fartou-se de apelar ao nosso bom senso, para que lhe comprássemos um também, porque como aquele menino existiam muitos outros que tinham telefone, inclusive um colega da mesma idade dele (na altura, seis anos) também tinha. 
perante tanta pedinchisse, que em escassos momentos me fez duvidar da minha decisão (nem pensar!), perguntei-lhe o que achava ele mais divertido: brincar com os amigos, aproveitar os míseros 30 minutos ao ar livre para correr e jogar o que lhe apetecesse, ou ficar sentado num banco (como está o dia quase todo) a olhar para um ecran? a resposta foi a que esperava: prefiro brincar! 
fi-lo pensar, apesar da resposta dele não ter influência na minha decisão, tomar uma decisão, e não foi preciso dizer-lhe que não, não lhe ia dar um telefone. 

no Natal, os avós ofereceram um tablet a cada um. 
honestamente, eles raramente pegam nos tablets, passam semanas sem lhes tocar. é verdade que ás vezes dão jeito nos restaurantes, mas fora isso, raramente me lembro de lhos dar e eles também raramente pedem.
no entanto, há muito que o Duarte, quatro anos, me pede para levar o tablet para o infantário, porque A,B e C também levam e patati-patatá, porque é que ele não pode levar!? explico-lhe que a escola é para fazer actividades e brincar com os amigos, não há espaço para ecrans e bonecos digitais. ele amarra o burro mas não leva. (além disso, sinceramente, nunca acreditei que os amigos usassem mesmo o tablet, talvez o deixassem guardado na mochila, mas só.)


Uma das coisas que o Rodrigo mais gosta quando vai a casa dos avós paternos é descobrir os antigos brinquedos do pai e do tio. no outro dia, descobriu dois piões, daqueles de madeira, pintados a verniz, tão antigo e diferente do que se vê hoje, que ainda o tornou mais apelativo. trouxe-o, todo contente, e quis levar para a escola para mostrar aos amigos e ensinar-lhes uns truques. 
quando o fui buscar, perguntei: 

- então, os piões foram um sucesso, não?
- não mãe, a professora não deixou levar para o recreio!
- Não?! Porquê?? 
- Ela disse que sem querer podíamos ficar mal, se o pião saltasse e batesse na cabeça de algum menino... que era melhor guardar.


(não quis acreditar que, em 2017, um pião é considerado uma arma potencialmente perigosa na escola primária no primeiro ciclo! enfim...)



Um destes dias, quando estava a deixar o Duarte no infantário, repito, no in-fan-tá-rio, reparo num colega dele (4 anos) alheado de toda a conversa que a mãe está a ter com a educadora e comigo, porque está fixado no tablet que ganhou do mano, uma vez que este, que vai para o 5º ano recebeu, claro, um smartphone e já não quer o tablet que é para bebés... 
à parte daquela cena não me fazer sentido naquele local, e de ter imediatamente os meus a buzinarem-me "Vês mãe, ele traz!!" vim-me embora sem pensar mais no assunto. até regressar da parte da tarde, e estarem todos os meninos na rua a brincar, a correr, a jogar jogos, menos aquele que estava sentado num canto a progredir na amizade com o seu tablet!
(Na mesma escola onde não podem levar espadas nem armas de plástico para não estimular a agressividade... sou psicóloga e, sinceramente, não entendo!)




Resumindo: é só a mim que isto não faz sentido nenhum?! 

- crianças de quatro anos com tablets no infantário?
- crianças de seis anos com smartphones?
- crianças com gigas de internet nos dispositivos?
- crianças com livre acesso a todos os conteúdos que possam encontrar na internet?
- crianças que não brincam, jogam com ecrans??
- faz sentido dar um telefone a uma criança, que hoje em dia não é só um telefone, é uma central de comunicação e partilha, a crianças que não se sabem proteger, que não entendem a falta de limites que existe na internet?
- faz sentido dar um tablet ou um smartphone a uma criança, independentemente da idade só porque temos muitos lá em casa? A MEO ofereceu, a NOS também... olha, este fica para ele!?




Pais, educadores, escolas, professores: isto não é perigoso? 

claro que é! mas, claro que é!!

O que estamos a fazer às nossas crianças? vão crescer sem saberem resolver conflitos, sem privilegiarem os momentos com pessoas de carne e osso, sem conhecerem os jogos tradicionais?

Será necessária uma proibição superior, relativa ao uso destes dispositivos nas escolas/infantários e porque não, creches? 

Já li por aí que os pais que cresceram na década de 80 (eu!) protegem demasiado os filhos, não lhes dão responsabilidades, não os deixam errar, etc...
Mas, estamos a protegê-los de quê?? Da possibilidade de levarem um galo na cabeça e uma história para contar em casa? de criarem memórias reais, com pessoas e acontecimentos reais?



Digam-me: sou só eu?...








Sofia**








junho 19, 2017

A bipolaridade da mãe natureza...





neste fim de semana, enquanto a maior parte de nós se divertia e contemplava a beleza natural deste nosso lindo país, muitos viviam um verdadeiro inferno que chegou sem aviso.
a natureza tem este poder, o de nos deixar deslumbrados com a sua beleza, a sua grandiosidade e capacidade de se construir e, por outro lado, deixa-nos devastados quando a sua força ganha vida própria e causa tanta destruição.
é o maior incêndio e com maior número de vítimas de que há memória em Portugal. as imagens, do durante e do depois, são impressionantes, mas são imagens... só quem está no terreno sente verdadeiramente o que se passa.
muita força a todos os que vivem de perto esta tragédia. aos que perderam, aos que tentam salvar, aos que sobrevivem.
e que depois disto, os críticos se juntem para encontrar soluções para que incêndio algum volte a tomar estas proporções.







Bem hajam!

Sofia**






junho 12, 2017

#para rir... (#4)

O Duarte, mais uma vez, porque os quatro anos são riquíssimos em "pérolas" porque as associações que eles fazem nesta idade, juntamente com a forma de falar ainda fofinha confere todo um tom especial às conversas.
mas dizia eu, que o Duarte é um bocadinho avesso a tudo o que seja verde no prato. come a sopa muito bem, mas de resto, legumes em três dimensões são imediatamente renegados para fora do prato.
nós bem tentamos, ponho sempre qualquer coisa no prato dele, digo-lhe que os verdes fazem músculos (como achas que o Hulk é assim?), dão força, fazem crescer. eu como, o pai come, o mano também, mas ele não se deixa convencer!




no outro dia, ele reparou que tínhamos o tapete da sala enrolado e perguntou-me:


- Poquê isto está aqui assim?

- Porque foi aspirado.

- Então poquê não pões no sítio?

- Porque preciso da ajuda do pai para levantar o sofá.

- Poquê?

- Porque o pai tem mais força e preciso que ele levante o sofá!


olha para mim, com uma sobrancelha mais levantada que a outra, e atira:


- então poquê tu comes brócolos??!




...





junho 08, 2017

#para rir... (#3)




Duarte, 4 anos, voz arrastada de angústia:


- Mãe, não procuro o fato do Iron-Man!!

- Não procuras?! Não encontras?

- Sim. (longo suspiro) Tu podes ajudar-me a procurar o fato do Iron-Man mãe, podes?

- Mas tu já tentaste? 

- Siiim!! Podes mãe, ajudas-me?








Já no quarto enquanto constato que ele procurou só com os olhos, esqueceu-se das mãos, e tiro fato atrás de fato de dentro do saco dos disfarces, digo-lhe que depois vai ter que arrumar tudo como estava. E qual não é o meu espanto quando ele me responde indignado:





- Euuu??! Mas tu é que estás a desarrumar tudo!!!





...




(a sério??)



junho 05, 2017

7 anos e uma festa

o Rodrigo entrou na primária em Setembro e esta mudança trouxe também uma separação de grande parte dos amigos do infantário, alguns colegas desde a creche.
quando começámos a falar da festa de anos - pr'aí desde janeiro que ele não se cala - a ideia dele foi sempre consistente: uma festa em casa com sete amigos! por um lado surpreendeu-me, estava à espera que ele pedisse uma festa de insufláveis ou coisa que o valha, por outro gostei que ele tivesse este sentimento de amizade já estabelecido, uma vez que ao longo dos meses os nomes não mudaram.




quando chegou a altura de entregar os convites comecei a receber as confirmações acompanhadas das perguntas: em casa? tens a certeza? isso é que é coragem! não vou negar, fiquei um bocado assustada! vivemos num apartamento, não temos jardim, o que é que os miúdos iam fazer durante (glup) três horas cá em casa??
chegou finalmente o dia. enfeitámos a sala, com a ajuda dos miúdos, o tema escolhido foi Lego e optámos por coisas simples, uns balões com umas caras desenhadas, pratos e copos a condizer e algumas guloseimas e um bolo caseiro.
à medida que os pais vinham deixar os miúdos desejavam-nos boa sorte, deixavam o contacto e iam saindo com aquele sorriso de quem lhes saiu a lotaria, afinal, tinham 3 horas livres de miúdos!! e temiam o pior... cá para casa!





no inicio foi preciso quebrar um bocado o gelo, nem todos chegaram à mesma hora, já não estão habituados a festas em casa e não sabiam bem o que fazer. foi aí que entrámos nós em acção. começámos uns jogos que o Rodrigo tem, depois lançámos a Cabra Cega (eles adoraram) e fizemos origami! comprei uns kits de aviões e de Quantos Queres na Fnac (lembram-se? foram os preferidos) e os miúdos a-do-ra-ram! fizeram os origami connosco e divertiram-se com aquele jogo simples que todos conhecemos da nossa infância.


No fim o balanço foi positivo: as crianças divertiram-se, o Rodrigo estava muito feliz, e eu só tive um vaso partido! (muito bom!!)




os miúdos são simples, nós é que complicamos! ;)





Boa semana!

Sofia**






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