junho 02, 2017

à queima roupa

Manhã. A mesma rotina, o nosso passeio calmo até à escola, as nossas conversas e brincadeiras.


À porta da escola o R sai-se com esta:

- A mãe do G. é mesmo boa!
- O quê, R?
- A mãe do G. é mesmo boa.
- Então, porque dizes isso?
- É que ela dá tudo ao G. o que ele pede. Ele quis os skates, ela deu, agora ele quis os invizibles e ela deu-lhe!
- ah, pois...





ahaha, miúdos... ;)

junho 01, 2017

meninos vs bonecas?! *

há umas semanas os meus filhos foram desencantar um Nenuco que uma amiga deixou cá em casa. brincam com ele como se não tivessem mais nada para se entreter. preocupam-se se chora, se come, se está tapado à noite, e até pediram à avó que fizesse um gorro de lã para lhe pôr na cabeça! o Duarte, que quase todos os dias leva um brinquedo para a escola, decidiu que este era o seu preferido, e lá fomos nós, rua fora com o seu bebé, para espanto de quem ia passando por nós! 
mas o boneco é só um e eles são dois, logo há disputas a toda a hora. e não esquecer que o dito Nenuco é de uma amiga, e a determinada altura será devolvido! 
com a aproximação do aniversário do meu pequeno, começaram as perguntas sobre as prendas, o que lhe dar, o que é que ele precisa?? eu confesso que pedi a toda a gente que lhe desse roupa para a Primavera, no limite a trotinete que ele pediu, mas brinquedos nem pensar. não depois deste Natal em que eles receberam o que pediram e não ligaram a nada... e o quarto, como imagino tantos outros, tem tralha espalhada por todo o lado, coisa que me mexe com o sistema nervoso!
mas às tantas, a minha mãe, que preferiu dar dinheiro para eu escolher a roupa, queria oferecer-lhe um mimo (para não lhe entregar a nota)! pensa lá em alguma coisa para eu dar ao menino!, disse-me ela. Um Nenuco! disse-lhe eu! não vou negar, houve espanto na minha sugestão, a minha mãe não acreditava que os seus netos, rapazes pouco delicados como são, sempre às lutas e a trepar às árvores, pudessem ter a sensibilidade de andar a cuidar de um bebé de um lado para o outro! tive que lhe enviar umas fotos dos netos com o seu bisneto para ser mais credível.




a verdade é mesmo esta: não se oferecem Nenucos aos meninos nem carrinhos às meninas! e há sempre espanto quando os pedidos das crianças fogem às regras preconceituosas estipuladas pelos adultos. como se na sociedade actual as mulheres não conduzissem, não existisse futebol feminino, ou os homens não mudassem fraldas, não cozinhassem nem participassem em tantas outras tarefas outrora entregues às mulheres. a sociedade mudou, os estilos de vida mudaram, e está na altura de colocarmos de lado os pré conceitos e mostrarmos aos nossos filhos que eles podem fazer de tudo um pouco.

mas e se o preconceito já vem no ADN?
pois, é que cá em casa não temos tarefas só para A ou só para B, todos participamos em tudo, embora seja verdade que por comodismo, há coisas que normalmente sou eu que faço (arrumar a cozinha) e outras o pai (levar o carro à oficina), por exemplo. mas também é verdade, que o pai também aspira e eu também conduzo... isto para dizer, que apesar de toda esta "liberdade" nas nossas rotinas diárias, o meu filho mais velho sai-se muitas vezes com esta "pai, mas isso é para as mulheres fazerem!", e o pequeno "não mãe, isto não é para meninas!!".
desculpem?? levam imediatamente uma ensaboadela sobre a generalidade dos géneros e das tarefas, e de que todos podemos e devemos fazer tudo. estamos à espera que água mole em pedra dura...


e por aí, que tipo de experiências têm com os vossos meninos e meninas?

podem ler esta reportagem do Expresso e espreitar este projecto interessante!





Sofia**





* post escrito em Fevereiro e esquecido em rascunho... mas actual!











maio 31, 2017

dia dos manos





há algum tempo que o Duarte pergunta pelo dia dos manos. já celebrou o dia do pai, o dia da mãe, o dia da família e não lhe fazia sentido que o dia dos irmãos não existisse. eu sinceramente sabia que algures no calendário se festejava este dia mas não sabia quando. nem me tinha apercebido que o dia dos irmãos era a seguir ao aniversário do Rodrigo. o nosso pequenino ficou todo contente, abraçou-se ao mano logo de manhã e reclamou (mais) uma festa cá em casa. 
acho que isto diz muito sobre a relação deles. são cúmplices, são amigos e meigos um com o outro. o Rodrigo assume muitas vezes um papel protector e de mestre do mano, e o outro segue-o com orgulho e faz equipa com ele, às vezes até para nos tramarem! claro que têm muitas brigas, volta e meia lá vem um a chorar por qualquer coisa que o outro lhe fez, têm ciúmes e reclamam o nosso colo só para si. mas amam-se. amam-se como só os manos se amam e espero que sejam sempre assim, amigos.






Feliz dia dos Irmãos!







7 anos

não dá para acreditar que ontem o Rodrigo completou sete anos. passaram estes anos todos desde que fui mãe pela primeira vez, com todas as emoções que envolve ser mãe pela primeira vez. já passaram sete anos desde que o Rodrigo era pouco maior que as palmas das nossas mãos, chorava a toda a hora, era carequinha e magrinho, e nós não sabíamos bem o que havíamos de fazer com ele. 
7 anos. e finalmente é dia 30, o dia que nunca mais chegava no calendário que ele estudava há meses, ansioso por poder finalmente festejar o aniversário. é incrível como ele fica feliz por fazer anos. 
para mim houve um misto de emoções. muito feliz, porque também adoro aniversários e festejar o dia em que fui mãe, cantar os parabéns a este filho tão querido, é sinal de que posso agradecer muito estes últimos anos. por outro lado, mesmo com tudo de bom que este crescimento representa. vê-los mais velhos, mais independentes, completamente diferentes dos bebés que um dia foram é doloroso. no fim do dia, senti falta daqueles largos minutos em que, quando ele era bebé, aninhava-o no meu colo e lhe murmurava mimos ao ouvido, e ouvia só os seus suspiros. suspiros de quem não precisa de mais nada, só do colo da mãe.  





hoje o Rodrigo já não se mede com as mãos e diz que está quase do meu tamanho. é um miúdo esperto, perspicaz e com um sentido de humor pouco comum nesta idade. é curioso, explorador, faz muitas perguntas e quer saber como tudo começa e como tudo funciona. quer muito ser independente, ter a chave de casa, um telefone, andar pelas ruas a uma boa distância de nós. mas não quer andar sozinho e diz muitas vezes que vai viver sempre connosco.
é um Tom Sawyer no recreio e um menino bem comportado na sala de aula. adora aprender mas não gosta da forma como se ensina. gosta de andar de bicicleta e trotinete, joga basquete mas quer experimentar karaté, e o seu prato preferido é sushi. adora sushi.
é um miúdo muito sensível mas sempre com uma capa de durão para disfarçar. ontem ficou genuinamente feliz com todas as felicitações que recebeu e com os mimos que lhe fizemos: panquecas e balões ao pequeno almoço, bolo para a escola, o prato preferido para almoçar em casa, um amigo para jantar. no fim do dia agradeceu, a mim e ao pai, com um grande abraço.
diz que quando for grande vai trabalhar na Lego, jogar na NBA e viver nos Estados Unidos. quer muito ter uma casa com jardim e um cão. 
eu digo-lhe todos os dias que o amo e desejo que todos os seus sonhos se cruzem num único ponto de encontro: o da FELICIDADE.










Parabéns meu amor!

mãe










maio 30, 2017

30.05.2017



Não fui eu que escrevi e em 2010 o poema ainda não existia, mas foi mais ou menos isto que te disse...

Meu amor
Ainda és tão pequenino
Mas o que eu cá dentro sinto
Já é maior que o mundo
E quando à noite
Te sentires sozinho
Eu pego na guitarra
E canto baixinho
Vou-te encher de beijos
Assim que te vir
Vou-te ter nos meus braços
De lá não vais sair
Vou-te encher de beijos
Ver-te adormecer
Quero tanto
Te conhecer
Meu amor
Não prometo perfeição
Farei o que sentir
O que disser o coração
Se mesmo assim
Pensares que errei
Um dia verás que foi
Para teu bem
Vou-te encher de beijos
Assim que te vir
Vou-te ter nos meus braços
De lá não vais sair
Vou-te encher de beijos
Ver-te adormecer
Quero tanto
Te conhecer
Se olhares para mim
Como olho para a minha mãe
Saberei no fim, que acertei
Bem mais que errei
Vou-te encher de beijos
Assim que te vir
Vou-te ter nos meus braços
De lá não vais sair
Vou-te encher de beijos
Agora que te conheci
Quero tanto
Cuidar de ti



Para ti, Luísa Sobral










amo-te,

mãe