julho 01, 2013

O maior problema dos filhos... são os pais!

Fim do ano lectivo é igual a reuniões de pais, e ainda que elas se passem na creche não quer dizer que não dê pano para mangas, pelo contrário. 
Dizia-me uma mãe depois da reunião do R.:

Mãe - O T. só faz birras, e está agressivo com os outros. Já não sei o que fazer!
Eu - É normal eles fazerem birras nesta idade, preocupante era se não fizessem.
Mãe - Pois, mas faz birra para entrar no carro, para sair, quando vamos ao supermercado... E na escola está agressivo com os colegas, e eu meto-o de castigo em casa mas não melhora! Por isso olha, antes de o levar ao psicólogo vou mudá-lo de escola!
Eu (em pensamento) - (Se ele fica de castigo na escola quando faz a asneira, e horas depois, quando chega a casa para estar com os pais, quando já nem se lembra do que fez, volta a ficar de castigo... o resultado não pode ser bom!)

Depois fizemos um pic-nic, este fim de semana, só com a turminha do R. e percebi. Esta mãe não larga o filho!!! Mesmo! Enquanto todos os pais estiveram no convívio, nos comes e bebes, com um olho no burro e outro no cigano (que é como quem diz, "um olho no prato outro no filho!") ela andou a correr atrás do filho, a intervir constantemente nas briguinhas (normais) deles, a interceder (sempre) a favor do menino/a que não o filho dela e a repreendê-lo. Ela não desanuviou, não descansou num espaço em que era para estarmos todos a conhecer-nos e deixar os nossos filhos, que se conhecem desde o berço, brincarem como fazem todos os dias. Esta mãe, simplesmente, não deixou o filho ser ele, agir e ter conhecimento da consequência dos seus actos, não o deixou empurrar e ser empurrado, chorar e fazer chorar... e também não o deixou rir, porque ele não pôde brincar livremente! 
E quando uns pais são assim para os filhos tornam-se um problema, arranjam-lhes problemas. Não percebem que a criança entra num ciclo em que quer "ver-se livre deles", começa a sentir-se frustrada e condicionada demais na sua liberdade, não sente segurança para avançar, para descobrir o mundo. Estes pais deviam perceber que têm que estar sempre vigilantes, atentos, mas mais na retaguarda, sem causar mossa. Deviam perceber que crianças de três anos fazem birras, lutam pelo brinquedo que é deles e o que não é, sentem-se injustiçadas e demonstram-no, e tudo isto é saudável, o contrário é que não. Um filho que não dê este tipo de chatices é que dá que pensar!

Por favor, quando o teu filho fizer birras, ensina-o a controlá-las, descansa porque esta é a forma dele reagir a uma situação que o incomoda e não penses em levá-lo ao psicólogo... ele não tem nenhum desvio de comportamento, está a crescer! Dá trabalho, mas é mesmo assim!

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