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dezembro 02, 2016

com ou sem Calendário do Advento...




tenho alguns calendários do advento guardados na minha galeria do Pinterest mas ainda não foi este ano que elaborei um. gostava de ter a ajuda deles e que tivessem mais consciência do que se trata. mas nem por isso deixamos de ter actividades em família, nesta época como em outras, só não temos dias marcados.
assim, para quem quiser fazer um calendário propriamente dito ou apenas ter algumas dicas do que fazer com os miúdos nas férias, deixo-vos algumas ideias do que funciona connosco:



1. decorar a árvore de Natal.

2. fazer uma fornada de bolachas, de preferência com formas alusivas à época (para vocês ou para oferecerem a alguém).

3. ir ao cinema. nesta altura há sempre filmes super giros que apelam ao espírito natalício.

4. fazer algum elemento decorativo para a casa ou, em especial, para o quarto deles

5. rever as fotografias tiradas ao longo do ano.

6. participar numa acção solidária (no ano passado participámos no movimento Heat the Street, e o Rodrigo ficou muito sensibilizado por haver meninos sem roupa para vestir!).

7. ensinar-lhes canções de Natal, ou pedir-lhes que nos ensinem as que aprendem na escola.

8. apanhar pinhas para a lareira dos avós (ou para a vossa, caso tenham).

9. passear para ver as iluminações das ruas.

10. contar-lhes uma história sobre o Natal.

11. façam um bolo e inventem um nome só vosso.

12. dar um cheirinho especial à casa.

13. fazer embrulhos com carinho. (eles acreditam no Pai Natal, mas também sabem que compramos algumas prendas para aqueles que mais gostamos... e um embrulho original fica sempre bem!)

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estas são só algumas ideias, podem e devem sempre adaptá-las à vossa família e às vossas preferências. o importante é criarem rituais que promovam o tempo de qualidade juntos, que nesta altura do ano, se propicia ainda mais.










Boas festas!


Sofia**











fevereiro 29, 2016

Mãe-Psicóloga não tem filhos... tem exemplos!


Muito antes de ser mãe, das fraldas e dos biberons fazerem sequer parte dos meus planos de vida, o crescimento e desenvolvimento da criança, a parentalidade e maternidade já faziam parte dos meus interesses. Assisti (e gravei) o Verdes Anos do primeiro ao último, com Laurinda Alves e o Dr. Daniel Sampaio, tenho uma colecção de revistas Pais & Filhos com data de 2000 e troca o passo (!), sou irmã mais velha e talvez por isso mais maternal, segui Psicologia e escolhi sempre módulos ligados a estas temáticas, e por fim estagiei na Ajuda de Mãe! Sou uma mãe em formação mesmo antes de o ser, portanto!

Quando surgiu a primeira gravidez, a sensação foi que não sabia nada (e não!), claro, e optei por reforçar as leituras nesta área. Comprei livros do Dr. Mário Cordeiro (aconselho), li alguns blogues com conteúdos mais ou menos sérios mas a maioria muito ligados à maternidade. Conselhos, dicas e regras não faltaram!  
Agora, cada vez que faço login no Facebook saltam estudos e noticias, mais blogues e entendidos, manchetes sobre o que é ser mãe e pai. Dá colo até não poderes mais! Olha que se dormem contigo não vão ser nada na vida! 3 anos e ainda não deixou a chucha?? Vai ser uma desgraçado!. Não anda na creche? Vai ser um anti-social! Anda? Não vai sentir o amor que lhe tens! ... Enfim! Muito ruído à volta de algo que até pode ser simples, assim impere o bom senso e, nalguns casos, se leia o artigo até ao fim!
Não estão cansados? Eu estou. E contra mim falo. Mas acho que às tantas, pais e mães, ficam de cabeça à roda e na hora de tomarem decisões, de educarem, imagino aqueles balões de pensamento da banda desenhada, a saltarem das suas cabeças cheios de headlines e pontos de interrogação, sobre o que hão-de fazer! Contra mim falo, que ás vezes vejo esses balões a pairarem à minha volta! Mas que raio de psicóloga sou eu que não sabe tudo sobre educar um filho?? Ai de mim, se os meus filhos são mal educados, anti-sociais, inseguros, confiantes de mais, frustrados, génios ou precisem de explicação. Eu sou psicóloga, os meus filhos vão ter que crescer imaculados de qualquer maleita identificada nas manchetes dos estudos especializados. Afinal, eu não posso ter filhos, tenho que ter exemplos!




Sofia**







fevereiro 26, 2016

Horário alargado! A sério??!





Ontem fui buscar os meus filhos mais cedo, uma excepção. Eram 16h, a sala estava quente da energia típica de miúdos de cinco anos que se acotovelavam para arrumar tudo. Tinham acabado as actividades, tinham que correr para lavar as mãos, e a correr seguiam para o refeitório para lanchar. Cá fora um sol lindo, a chamar toda esta energia para a rua, para o parque, para as brincadeiras ao ar livre. Mas eles não têm tempo. E é todos os dias assim, à excepção de ontem, que pudemos ir buscá-los mais cedo!


"Em vez de estarmos a promover e a criar a necessidade de se ir buscar os miúdos às 19h30, seria muito mais interessante promover a família criando a possibilidade de empregos a part-time para pais, avós e até tios. Porquê? Para se ir buscar os miúdos bem mais cedo!
O Estado faria bem em pensar nisto e atribuir vantagens para que as empresas passem a ter melhores condições de criar mais emprego - quando se contrata a part-time - e de flexibilizar o horário de trabalho (entrar mais cedo, horário almoço mais curto, sair mais cedo, teletrabalho). Isto sim, seria pensar de forma séria nas coisas e na vida tal como ela deve de ser."



A Magda traduziu tudo aquilo que eu penso (e tantos outros pais, acredito) neste post. Leiam. A sério. 
As crianças não precisam de mais horas na escola, os pais não precisam de ter escolas com horário alargado. O que as crianças, e os pais, e as famílias precisam, é de mais tempo (em quaLidade e quanTidade) uns com os outros. E destes sorrisos, que só se conseguem na liberdade que a infância exige e a criança precisa para se reinventar!





Sofia**

maio 16, 2014

amor com limites

Ver os filhos crescer é um desafio constante, é um misto de orgulho por os ver tão desenvolvidos e saudade por já não nos caberem no colo. O amor é intenso, imenso, único... e cada vez mais acompanhado de limites!


A meio de um fim de semana muito bom, cheio de vontades, de praia, de descontracção e muita brincadeira, preparava-mo-nos para sair de casa, quando a propósito de algo que eu disse ao Rodrigo (qualquer coisa sobre levar casaco) ele me responde: "pareces parva!"

(...)

(mais silêncio)

Gelei. Fechei a porta de casa, sempre a olhar para ele. Não gritei (não sei como) não lhe dei um açoite (mas merecia), cambaleei entre pensamentos "ele já tem quase quatro anos e ainda não tem quatro anos", e chamei-o. À altura dele, perguntei-lhe se pensava que era era colega de escola, e mesmo que fosse, era uma falta de respeito. Questionei-o se alguma vez eu ou o pai o tínhamos tratado assim, se o tratávamos por parvo, ou outros mimos idênticos. Falei olhos nos olhos, assertiva e calma, passei uma mensagem clara de desagrado e tristeza. Ele ficou envergonhado, como fica sempre que olhamos assim para ele, quando chamamos a atenção dá mais resultado do que quando leva uma palmada, e pediu desculpa.

Os filhos crescem, dão-nos imensos motivos para sorrir, mas oferecem-nos outros tantos para demonstrarmos o nosso amor por eles. Impor limites, chamar a atenção na altura certa, é mostrar-lhes também o nosso amor. Se passarmos a mão na cabeça porque ainda vai fazer quatro anos, e depois ainda vai fazer cinco, e quinze... nunca lhes chegamos a demonstrar o quanto gostamos deles, o quanto nos preocupamos e queremos fazer deles adultos melhores. Ao contrário do que muitos pais pensam, os filhos esticam a corda mesmo para nós os puxarmos, para demonstrarmos que os queremos perto de nós, dos nossos valores. O contrário, é transmitir que não queremos saber.
Amor com limites, é a melhor forma de amar. Pelo menos é a minha.



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novembro 21, 2013

Sim, mãe... (vai à merda!)

É incrível a velocidade a que os nossos filhos crescem. Como nos parece que num momento estamos a contemplá-los ali no berço, tão pequeninos e frágeis, e num ápice estamos a levá-los à escola, eles estão a dar a sua opinião para se vestir ou a pedir para ficar a dormir em casa de um/a amigo/a. Passa tão rápido. Numa primeira etapa, somos tudo para eles, procuram a nossa aprovação, pedem-nos ajuda, não existe ninguém mais importante que nós. E tão bem que nos sabe!!
Mas eles crescem, tornam-se independentes, têm vontade/opinião própria, e é isso que nós queremos, educar seres que pensem com a sua própria cabeça, que saibam o que querem, que tenham personalidade. Ao longo dos anos vamos ter que nos adaptar ao seu crescimento, saber quando é o momento para intervir e quando é que devemos recuar, deixar que sejam eles a vir ter connosco, a pedir-nos o que quer que seja que precisem. Vai custar, vai, mas é mesmo assim.
No outro dia falava com uma amiga, que contava a última da sua filha de 9 anos. A garota preparava-se para ir acampar com os escuteiros, e quando os pais a foram deixar, a minha amiga reforçou (mais uma vez) que deveria vestir o casaco, pois estava muito frio. A I. respondeu, com um típico e adolescente revirar de olhos: "Sim, mãe!". A minha amiga sentiu-se ofendida, atacada mesmo, diz que aquele revirar de olhos disse tudo o que não saiu da boca da filha, e quase sem pensar, chamou-a: "Sim mãe, vai à merda! Não é isso que querias dizer, I.?". O silêncio tomou lugar no meio dos amigos da I., que entretanto se voltou de olhos arregalados, provavelmente a pensar "Ups, isto é sério!".
Na educação, principalmente no papel de pais, nem sempre não conseguimos ser pais-educadores-psicólogos-amigos em todas as horas, e ainda bem. Isso significaria que não estávamos a relacionar-nos emocionalmente com as questões dos nossos filhos. Por vezes, salta-nos a tampa (passo a expressão), quando aqueles seres pequeninos e frágeis que venerámos tanto, e que vemos sempre nos nossos filhos, se tornam pré adolescentes-adolescentes com resposta sempre certa na ponta da língua, e que acham que quem sabe tudo são eles, não tu! 
Custa... mas é mesmo assim. Cabe-nos a nós tentar que essas respostas sejam em menor número possível! 

novembro 05, 2013

Hoje não, estou cansada!

Gosto de ter tempo para brincar com eles, sentar-me no chão do quarto rodeada de figuras da Disney, de playmobis (?) e dinossauros, que ganham vida nas nossas mãos. Gosto de ver a alegria do Rodrigo nestes momentos, e o entusiasmo do Duarte enquanto descobre quantos bonecos consegue enfiar na boca! Gosto de me sentir outra vez criança, mais criança, inspirada em aventuras a inventar histórias.
Aconteceu hoje, mas não acontece sempre. Há dias que o cansaço é muito, a paciência é pouca, o tempo escasseia e as tarefas domésticas ocupam o seu lugar. Há dias em que não há espaço para soltar mais uma criança cá em casa, e as que existem têm que se entreter sozinhas. E não há que sentir culpa. Há que dizer não, uma vez por outra. Para além de mães (e pais) somos humanos, temos as nossas chatices, os nossos gostos e vontades e não devemos descurá-los. Há que aproveitar bem, muito bem a infância dos nossos filhos, mas mostrar-lhes que cá dentro existe alguém com vontade própria. Existe uma mãe que também sabe dizer "Hoje não, estou cansada!"

outubro 30, 2013

Eu (in)compreendo!

Psicóloga que sou, tenho uma grande tendência para a compreensão, para tentar ver o que está por trás do comportamento, ou o que motivou determinada reacção. 
Eu compreendo que o meu vizinho esteja constantemente aos gritos com os filhos, porque sei que ele ficou viúvo e vive com uma doença terrível, é natural que a paciência seja algo que lhe escape. Eu compreendo que a minha colega do lado seja muito sizuda, pouco social, porque é uma pessoa muito insegura com a sua imagem e esta é a sua defesa. Eu compreendo que um patrão perca as estribeiras com um funcionário, quando percebe que a perda daquele negócio dita o inicio do fim daquela empresa. Eu compreendo o estalo de uma mãe a um filho, na rua, depois de um dia, vários dias, num trabalho desmotivante e mal pago. Eu até tento compreender um abusador, quando sei que toda a sua infância foi pautada por abusos... Eu compreendo, eu tento compreender, mas não desculpo, não desresponsabilizo. 

Quando sei que alguém manteve uma criança em cativeiro, na mala do carro, durante dois anos, os seus primeiros anos de vida, eu não desculpo. Quando penso nas noites de frio, nos dias de calor, na fome que aquela criança deve ter passado, eu não desculpo. Quando imagino aquela criança a despertar para uma vida de cheiro nauseabundo, desconforto total e escuridão completa, eu não desculpo. Quando imagino o desespero, a solidão, o medo, que sempre fizeram parte da vida daquela criança, eu não desculpo. Quando tento imaginar como é que alguém conseguiu sobreviver a tamanha barbaridade, eu não desculpo. Quando penso, como é que alguém foi capaz de viver a sua vida normal durante dois anos, perante o marido, os filhos, a comunidade, sabendo que tem uma filha naquelas condições, eu não desculpo. 

Mas quando oiço, uma advogada - a de defesa, claro- dizer que aquela criança deve voltar para aquela mãe, assim como os seus outros três filhos, e devem reunir-se todos como uma família, eu não compreendo! Que considere que a senhora tem problemas psicológicos muito graves, que seja essa a sua estratégia de defesa, que queira remeter a sua cliente para tratamento, eu compreendo... Mas que considere, em plena consciência, que esta senhora que é mãe apenas porque transmitiu o seu ADN e carregou uma criança durante nove meses no ventre, aparentemente, sem ter conhecimento (!), e que a maltratou de uma forma terrível, que lhe causou um sofrimento inimaginável, e a privou de ter uma vida digna de uma criança feliz... EU NÃO COMPREENDO!!!

outubro 28, 2013

das separações...

Quando oiço falar em separações, divórcios, guardas parentais, filhos para trás e para a frente, agradeço sempre o bom senso que os meus pais tiveram em se divorciar quando eu ainda era bebé. E por duas razões: uma, é que se tivesse sido antes eu não estaria aqui a escrever para vocês (risos), outra, pouparam-me a uma série de sofrimentos, de memórias infelizes, de imagens que dificilmente nunca se apagam da memória de uma criança.
Cresci a ver de perto amigos e familiares que não tiveram essa sorte. Cresceram com os pais a comemorar bodas disto e daquilo ao som de discussões constantes, gritarias e ameaças, malas feitas em cima da cama sempre à espera de serem colocadas no carro. Cresceram na instabilidade, no incerto... "Será que o meu pai vai estar cá amanhã? A mãe está a fazer as malas, será que vamos outra vez para casa dos avós?".  Alguns, são hoje adultos descrentes nas relações (no casamento, então, nem se fala), com uma visão da vida baseada nas aparências, e profundamente afectadas na sua vida emocional, devido a todas as cenas que assistiram e barbaridades que tiveram que ouvir, sempre em nome da união familiar!

Hoje aqui, ao olhar para esta minha família, aquela que construí, parece-me irreal falar em ruptura, ver um cenário de troca de acusações, de esquecimento total do que é mais importante para nós: o bem estar dos nossos filhos. Hoje, ao olhar para o nosso tesouro maior, aquele que foi planeado com amor e por amor, transcende-me qualquer cena baixa que os possa envergonhar na rua, mas sobretudo que os faça crescer infelizes, com bases afectivas irreais ou muito sofridas. Hoje, relembro a situação dos meus pais, aquela que não vivi, apenas a que me contam, e fico feliz por me terem permitido crescer crente no amor, nas segundas oportunidades, no lema "Estarmos juntos, até que nos queiramos separar!". Claro que crescer filha de pais separados não é um universo cor de rosa, mas isso fica para outra altura. Hoje e aqui, o que interessa é não esquecer estas palavras, caso a vida nos troque (e muito) as voltas!

outubro 10, 2013

"As crianças precisam de tragédia para crescerem." *

A frase é um bocado forte e incomoda-nos. A frase não é minha mas dá que pensar.
Numa era em que os pais tudo fazem pelos seus filhos, em que cada vez mais se educam filhos através do diálogo, em que se vêem pais deitados no chão a brincar ou mães a trocar o ginásio por duas horas no parque com os filhos, vemos também muitas crianças mal educadas e com a mania que têm o rei na barriga.

- "Mas porquê?? Se eu faço tudo por ele, faço-lhe as vontades todas, porque é que ele me faz estas birras?"
- "Eu brinco com ela, faço tudo o que ela me pede, porque raio é que ela me responde mal quando lhe peço um favor, um único??"

Já todos ouvimos estas queixas uma ou outra vez, certo? 
Com tanto receio de que os seus filhos não sejam felizes, querendo dar-lhes tudo para que não passem pela tristeza que eles próprios passaram uma vez por outra, com tantos estudos para criar filhos felizes, os pais travam uma luta diária para suprir toda e qualquer necessidade dos filhos. Para os ver sorrir ou para não ouvi-los chorar, os pais caem no facilitismo de realizar todos os desejos da criança, que vai crescendo sem saber o que é um não!
Para crescer feliz, a criança tem que se sentir frustrada, tem que saber que há alguém que gosta dela e que a protege impondo limites, tem que chorar e tem que ouvir nãos. Privar a criança de pequenas frustrações no dia a dia, não é fazê-la feliz, é criar alguém inseguro, que está constantemente a testar os pais para ver se eles gostam dela, se lhe impõem os limites que tanto precisa para crescer tranquila. Educar não tem que ser sinónimo, ou melhor, não é sinónimo de ausência de mimo. Pelo contrário, educar é dar todo o mimo do Mundo, e esse mimo abrange o abraço, o carinho, o beijo, mas também o conflito, o choro, a disciplina, para tornar a criança um adulto seguro e maduro.
Não se esqueçam, criar uma relação forte com os filhos, é prepará-los para a vida dando-lhes a certeza que o nosso colo está sempre lá quando precisam.



setembro 26, 2013

O sexo dos anjos...

Num convívio com amigos, todos com filhos pequenos, contávamos pequenos episódios do dia a dia que nos desarmam, fazem rir ou, por outra, nos tiram do sério. No meio da conversa a G. - técnica de saúde, duas filhas (8 e 3 anos) - contava quase em segredo, como ficou encavacada quando a filha mais velha lhe disse que ficava "com vontade de fazer xixi" quando via cenas de namoro na novela. Nós rimo-nos e ela disse que há-de chegar a nossa vez. Não tardaram a chover histórias da descoberta da sexualidade dos outros pequenitos na casa dos três anos. Espantadas?! A primeira vez que o meu filho me disse que tinha "a pilinha a nascer", já lá vão largos meses, não queria acreditar. Nós ouvimos relatos, sabemos que Freud explica, mas quando acontece com os nossos o caso muda de figura. Mas se nos afastarmos um pouco, e virmos ali uma criança em vez de vermos o nosso filho ou filha, percebemos como o seu desenvolvimento está no percurso normal. 

Então, finjamos que os nossos filhos são os filhos das nossas amigas, e tenhamos em mente:

- Por volta dos três anos a criança já tem a identidade de género definida, já sabe se é menino ou menina.

- Tudo à sua volta serve de modelo de aprendizagem: os pais, os irmãos, outras crianças, o jardim de infância, a censura dos pares.

- Aos dois meses os bebés descobrem as mãos e aos seis os pés. As crianças de 2-3 anos começam a perceber o que as distingue (meninos/meninas) e exploram os seus órgãos sexuais, podendo ter prazer. Mas esta descoberta é feita inocentemente, sem estar acoplada a fantasias sexuais, e como tal, deve ser encarada naturalmente pelos pais e quem as rodeia. O facto de muitas vezes manipularem os seus órgãos sexuais, na sala enquanto os pais recebem os amigos ou na praia em frente a toda a gente, é sinal dessa inocência inerente à descoberta.

- Os pais (avós, educadores) não devem repreender nem humilhar a criança, sob risco de comprometer a sua visão futura em relação à sexualidade. Devem no entanto, passar a mensagem que a manipulação dos órgão sexuais deve ser um assunto íntimo e não se deve fazer em frente de outras pessoas. 

- Quanto menos importância se der a este comportamento mais rapidamente ele deixará de acontecer.

- No caso de haver dúvidas sobre como encarar esta fase de desenvolvimento ou notarem algum comportamento excessivo, os pais devem contactar o seu médico assistente.

- Na fase das perguntas mais concretas e (im)pertinentes devemos sempre responder-lhes mas sem complicar. Devemos dar as respostas na medida da pergunta que eles nos fazem, sem ir mais além.

Por último, não se esqueçam que eles são os vossos (nossos) filhos, mas que inevitavelmente vão crescer e esta é apenas mais uma fase do seu desenvolvimento... por muito que nos (me) custe lidar com isso!
Deixo-vos este episódio que penso que retrata bem o que acabei de falar aqui! ;) 

setembro 11, 2013

ABC da parentalidade

A inexperiência de ser pai e mãe pela primeira vez, leva-nos a devorar tudo o que são livros de pediatras conceituados, absorver tudo o que se passa em blogues sobre a maternidade, a ouvir mil e um conselhos de amigas e familiares mais experientes. Não se nasce pai e mãe ensinado, e esta profissão vitalícia dá trabalho, carece de pesquisa e... de bom senso. Por estes dias, passados entre pais mais experientes, futuros pais, e com a nossa experiência propriamente dita, ocorreu-me que existem pais para todos os gostos:

Os que complicam - Ouviram dizer que ter um filho nos muda a vida, as prioridades, que deixamos de ter tempo para nós, que é uma grande responsabilidade, e levaram tudo mas mesmo tudo à letra. Só dão a sopa à hora que é suposto ser dada, a hora de dormir é sempre a mesma seja qual for o dia da semana, sair com os meninos depois das 21h nem pensar, e levá-los para jantares com amigos está fora de questão. E férias com filhos? Não, isso não existe! 
Enfim, excepção é palavra inexistente nas suas vidas pós filhos.

Os escravos da pediatria - Leram alguns dos bons livros de pediatria existentes no mercado, com conselhos e orientações para pais de primeira (segunda e terceira) viagem, e decoraram cada frase, e vão às consultas com o pediatra criteriosamente escolhido e são "todo ouvidos". Em momentos distintos do dia é ouvi-los dizer "Mas o nosso pediatra disse.... Mas o nosso pediatra é contra... Mas o nosso pediatra proibiu...".
Esqueceram-se que os pediatras aconselham com justa causa, mas não vivem na nossa casa!

Os escravos da psicologia - Nesta coisa da parentalidade dos nossos tempos, a psicologia é a rainha da educação, dos pais e dos filhos. O que não faltam são teorias sobre educar os filhos, teorias sobre lidar com os filhos, teorias sobre mostrar que se amam os filhos, teorias sobre dizer não aos filhos... teorias e mais teorias. Há pais que ficam escravos das leituras da psicologia parental e na altura de agir bloqueiam e ficam pensar no que terá escrito Eduardo Sá ou naquele capítulo tão importante de Brazelton... e quando vêem, o momento de educar já passou!

Os que se desresponsabilizam - São aqueles que não estão nem aí para a hora da praia porque a camada de ozono é coisa que inventaram e bom, bom é estar a torrar das 12h às 15h. As cadeiras do carro são uma obrigação, e os miúdos vão lá sentados - sem cinto - só para o caso de encontrarem a policia. A introdução gradual dos alimentos é uma modernice porque eles saíram da maternidade a roer um pedaço de côdea. São pais que se desculpam com "no meu tempo..." e que no fundo sabem que assim têm menos trabalho!

Os que simplificam - Depois temos os pais, os outros, que tal como os anteriores leram enciclopédia pediátricas, ouviram atentamente o seu médico assistente, leram e releram n teorias psicológicas acerca do desenvolvimento e educação das crianças, aconselharam-se com quem podiam e partilharam dúvidas até com desconhecidos. Com todos estes ingredientes fizeram um enorme bolo de camadas, e cada fatia tem um pouco de pediatra/psicólogo/amigo/família e regaram depois com uma cobertura da interpretação que cada um deles fez de tudo o que ouviu, transformando cada pedaço deste bolo, num todo equilibrado com o melhor que podem dar aos seus filhos.
Atenção, que estes também sabem que o bolo não ficou perfeito, sabem que as crianças nos mudam a vida e as prioridades, mas sabem também que a excepção confirma a regra e que pais felizes geram crianças felizes!

julho 31, 2013

era uma vez uma chucha...

Quando em Novembro último convenci o R. a deitar a chucha no lixo, fi-lo porque achei (aconselhada pela médica) que era a melhor altura para o fazer. Não porque tivesse medo que o pequeno atingisse a maioridade de chucha na boca, mas porque há muitos profissionais a corroborarem que quanto mais tempo se usa a chucha, pior para os dentinhos deles! Posto isto, eis que aos dois anos e meio, Baby Boy deita a chucha fora. Muito choro na primeira noite, uns quantos dias a perguntar por ela - em casa, porque na creche já tinha deixado há muito - e depois esqueceu a sua companhia de todas as noites.
Entretanto, desde que o irmão nasceu a bed time tem sido bad time! O que antes se resolvia com um miminho e uma história e, mais tardar, às 22h o sono aparecia, agora leva uma eternidade. Ele sai da cama dezenas de vezes, diz que tem sede, tem xixi, ora quer comer, ou quer o miminho nº 1543... torna-se desesperante e cansativo! 
Numa destas noites de desespero, e depois de saber que ele tinha pedido à avó, minha mãe, uma chucha "só pa dumi" - e apesar de não me ter dito NADA! - peguei numa chucha de reserva do D. e deixei-lhe na cama, como quem não quer a coisa. 

Ele chama-me: 
- Mãe, o que é isto?! 
- Ah, é do mano, deve ter caído aí! (faço-me de tonta)
- Mas eu não te quero dar! 
- Então hoje fica aí ao pé de ti. Boa noite!

(passaram dois minutos)

- Mãe! Mãe!
- Diz R.!
- Toma, não quero isto!
(Guardei-a)

Já passou um mês e  nunca mais tocou no assunto. A hora de adormecer continua difícil, cheia de ansiedade e medo de perder alguma coisa, quem sabe perder o mimo do colo dos pais. Complicado fazer uma criança de três anos perceber que o amor dos pais nunca se perde. Sente o seu lugar ameaçado, e isso perturba-lhe a hora do descanso, mas é uma fase que há-de passar. Nós, fazemos os possíveis para o confortar, para que aos poucos perceba que o lugar dele ninguém o tira, e se para isso for necessária uma pequena regressão, se fosse necessário o meu filhote (que só tem três anos) voltar a adormecer confortado pela chucha, assim seria. Mais tarde, seria mais fácil endireitar os dentes do que consertar sentimentos! 

julho 23, 2013

when we were young...

Ter filhos é, de certa forma, um regresso à nossa infância, um bater de frente com os nossos medos, com as nossas alegrias e memórias felizes, um poder alterar aquilo que queríamos que tivesse sido diferente ou reproduzir tudo o que temos saudades por ter sido tão bom. É revermos a nossa posição enquanto filhos, afirmar-mo-nos enquanto pais, querer o melhor dos dois mundos para aqueles que nos tratam por pai e mãe. Em cada etapa redescobri-mo-nos, fazemos o nosso melhor, tentamos o nosso melhor e carregamos connosco o peso da falha, da frustração que surge mais cedo ou mais tarde. Podemos ler muitos livros, dar ouvidos a muitas teorias psicológicas de diferentes correntes e consultar o pediatra mais conceituado, mas da frustração da falha e do julgamento dos filhos não nos livramos. 
Das melhores coisas de ser mãe pela segunda vez, é ter a segurança de seguir a minha intuição, antes de qualquer outra coisa. É certo que já errei anteriormente, já apliquei algumas teorias da prática, e por isso também esta segurança que está presente nos meus dias e nas minhas acções. Hoje, mais do que nunca, preocupa-me intuir na educação, e mostrar-lhes quem sou em cada gesto de forma verdadeira, para quando me julgarem (e irão fazê-lo, como fazemos todos) não seja por me ter privado de ser eu-pessoa enquanto sou eu-mãe!

julho 22, 2013

tem destas coisas...

... o crescimento. Desde o momento em que sabemos que estamos grávidas que o nosso desejo é vê-los crescer. Primeiro na barriga, semana após semana, depois cá fora, mês após mês, ano após ano. 
Crescer é uma coisa boa, é sinal de saúde, de desenvolvimento, de novas etapas, novas facetas, é sinal de independência e de maior interacção, que é tudo o que os pais querem ver e ter. Mas com o crescimento deles cresce também a nossa preocupação. Não querendo parecer uma mãe paranóica, porque não sou mesmo, apercebo-me dos perigos todos os dias, em todo o lado, porque o meu Baby Boy, que de baby já pouco tem, faz questão de mos descobrir.


O Mickey já passou à história! Estamos na era dos super heróis, do Super Homem e do Homem Aranha. Aqueles que saltam, voam, têm muita força e lutam contra os maus vencendo sempre. Assiste sempre a estes desenhos animados acompanhado, vamos explicando que todos aqueles poderes só existem na tv, que fora dela tudo aquilo é muito perigoso, impossível de fazer. Mas o que é impossível aos três anos?? Ele inventa teias que lhe saem das mãos, qualquer trapinho lhe serve de capa, e finge que voa e tenta escalar as paredes. Explicamos-lhe tudo como vem no livro, adaptamos ao filho que temos em casa, mas não sei se resulta. Aos três anos tudo é possível, e este meu filho não é menino para se ficar pelas palavras, ele tem que experimentar, tem que ver consequências, tem que ver resultados. 
O crescimento tem destas coisas. Temos que arranjar mais olhos, mais braços, mais competências para os proteger. Eles vão cair, vão sangrar, vão chorar, e isso é crescer. Não os podemos colocar numa redoma, mas não queremos vê-los sofrer, não queremos nós sofrer uma dor sem fim. Nesta altura respiro fundo, tranco portas e janelas e peço que ele comece a gostar de algo mais terreno, algum super herói que seja muito bom, muito aventureiro, mas que essas aventuras se passem com os pés bem assentes na terra, e aí sim, ele já pode imitá-lo e eu relaxar um pouquinho!


julho 18, 2013

a discussão é sempre a mesma...

O grande dá-me um beijo e o pequeno manda-o parar porque a mãe é só dele. O grande faz-me um carinho o pequeno reivindica que ele, e só ele, vai casar comigo. O grande faz cara triste o pequeno diz-lhe que arranje uma noiva só para ele. E andamos nisto. Uma discussão constante entre dois, dos três, homens da minha vida. 
Aqui para nós, eu adoro! Adoro que o grande entre no jogo e que o pequeno tenha chegado finalmente à fase mãe, ou como diria Freud, a fase Édipo. Ainda há uns meses eu "chorava" por aqui que o raio do miúdo andava só atrás do pai, sim gostava de mim, mas não era aquela coooisaaa doida e fofa digna do amor de um filho. E pronto, custou (ou talvez não, até veio na altura certa) mas chegou um filho apaixonadíssimo por sua mãe, que em horas sim me elogia de alto a baixo com mimos como "Estás linda mãe!" ou "Gosto muito de ti, mãe.", ou com flores fresquinhas cada vez que chega da rua. Coisa mai boa!!!

Ah, deixa-me aproveitar porque não tarda aparece-me com uma paixoneta qualquer lá da creche... Pfff!!! :)

julho 02, 2013

Num mundo ideal...

O tempo voa. De repente passaram quatro meses, estamos em pleno Verão, os dias são mais longos, há tanta coisa para fazer e as horas parece que nos fogem, de tanto que queremos aproveitar. Nesta época o tempo voa à velocidade da luz e eu já começo a adivinhar Setembro, o ventinho fresco a voltar, os dias a ficarem mais curtos e a entrada na creche a aproximar-se! (Tanta lenga lenga para chegar aqui, não é?)


Por agora, aproveito cada bocadinho com o filho pequeno e recordo que aos quatro meses do filho grande já eu chorava horas a fio só de imaginar que daí a duas semanas ia começar a deixá-lo na creche, primeiro uma hora, depois duas, e por aí em diante, para ele (eu) se ir habituando. Recordo que quando o deixei a primeira vez, por uma hora apenas (e bem contadinha) saí em lágrimas, quase deixei a educadora a chorar, e agarrei-me à cara metade (e ao relógio) na ansiedade que o tempo passasse. E foi tão bom quando o fui buscar.
Pensei que com o segundo filho esta etapa fosse facilmente ultrapassada, que ficando com ele até aos seis meses a coisa não custasse, que sendo a mesma escolinha do mano, um sitio já familiar, eu não fosse pensar muito no assunto. Pensei que por estar afastada do mercado de trabalho e querer muito voltar, esta minha vontade fosse superar a ansiedade de deixar o meu bebé com estranhos. Mas o certo é que na maternidade nada é como nós pensamos, e já dou por mim a imaginar como será a primeira hora dele no dia da independência, como será que o vão tratar, que dicas vou dar para o deitarem como ele gosta, que objecto securizante irei levar...


Ninguém os trata como nós mães, é verdade, mas também é verdade que este afastamento por horas é bom, para eles e para nós. Mas no meu mundo ideal este afastamento seria mesmo por poucas horas, durante os primeiros anos, não teríamos problemas em decidir ficar com os filhos em casa porque o mercado de trabalho estaria aberto aquando do nosso regresso, as mães poderiam escolher trabalhar em part-time durante a primeira infância dos filhos, e não teriam peso na consciência (nem um olhar torto dos colegas e patrões) quando precisassem de faltar por doença dos filhos. Num mundo ideal, a maternidade seria privilegiada e vista como uma base para se criarem homens e mulheres completos, e eu não gastaria tantos lenços de papel a chorar por uma etapa que se dá naturalmente em todas as crianças, mães e famílias por esse mundo fora!


(e pensar que ainda hoje, ao fim de quase três anos, ainda me custa deixá-lo na escola...)

julho 01, 2013

O maior problema dos filhos... são os pais!

Fim do ano lectivo é igual a reuniões de pais, e ainda que elas se passem na creche não quer dizer que não dê pano para mangas, pelo contrário. 
Dizia-me uma mãe depois da reunião do R.:

Mãe - O T. só faz birras, e está agressivo com os outros. Já não sei o que fazer!
Eu - É normal eles fazerem birras nesta idade, preocupante era se não fizessem.
Mãe - Pois, mas faz birra para entrar no carro, para sair, quando vamos ao supermercado... E na escola está agressivo com os colegas, e eu meto-o de castigo em casa mas não melhora! Por isso olha, antes de o levar ao psicólogo vou mudá-lo de escola!
Eu (em pensamento) - (Se ele fica de castigo na escola quando faz a asneira, e horas depois, quando chega a casa para estar com os pais, quando já nem se lembra do que fez, volta a ficar de castigo... o resultado não pode ser bom!)

Depois fizemos um pic-nic, este fim de semana, só com a turminha do R. e percebi. Esta mãe não larga o filho!!! Mesmo! Enquanto todos os pais estiveram no convívio, nos comes e bebes, com um olho no burro e outro no cigano (que é como quem diz, "um olho no prato outro no filho!") ela andou a correr atrás do filho, a intervir constantemente nas briguinhas (normais) deles, a interceder (sempre) a favor do menino/a que não o filho dela e a repreendê-lo. Ela não desanuviou, não descansou num espaço em que era para estarmos todos a conhecer-nos e deixar os nossos filhos, que se conhecem desde o berço, brincarem como fazem todos os dias. Esta mãe, simplesmente, não deixou o filho ser ele, agir e ter conhecimento da consequência dos seus actos, não o deixou empurrar e ser empurrado, chorar e fazer chorar... e também não o deixou rir, porque ele não pôde brincar livremente! 
E quando uns pais são assim para os filhos tornam-se um problema, arranjam-lhes problemas. Não percebem que a criança entra num ciclo em que quer "ver-se livre deles", começa a sentir-se frustrada e condicionada demais na sua liberdade, não sente segurança para avançar, para descobrir o mundo. Estes pais deviam perceber que têm que estar sempre vigilantes, atentos, mas mais na retaguarda, sem causar mossa. Deviam perceber que crianças de três anos fazem birras, lutam pelo brinquedo que é deles e o que não é, sentem-se injustiçadas e demonstram-no, e tudo isto é saudável, o contrário é que não. Um filho que não dê este tipo de chatices é que dá que pensar!

Por favor, quando o teu filho fizer birras, ensina-o a controlá-las, descansa porque esta é a forma dele reagir a uma situação que o incomoda e não penses em levá-lo ao psicólogo... ele não tem nenhum desvio de comportamento, está a crescer! Dá trabalho, mas é mesmo assim!

junho 28, 2013

Quando fingimos que ainda és filho único...

Ir buscar-te à escola é das coisas que mais prazer me dá, não só pelo nosso reencontro mas porque podemos aproveitar alguns bons momentos ao ar livre. Agora que as rotinas estão a começar a encaixar o quarto elemento (risos), já consigo encaixar estes bocadinhos nossos, que se perderam por razões óbvias nos últimos meses.




"Mãe, vamos ao páque!!" - é mais ou menos assim que me recebes, e é para aqui que te levo. Um sítio encantado, mágico, onde brincamos aos príncipes e principas, inventamos histórias, derrotamos dragões, encarnamos personagens. 
Por largos minutos, voltas a ter-me por completo, sem choros para calar, fraldas para mudar ou maminhas para emprestar :) Por largos minutos recriamos um universo que foi só nosso até há pouco tempo, e embora ambos saibamos que esse universo mudou, que temos um pequenino lá em casa para nos enriquecer, mas com quem temos que dividir o nosso tempo, neste tempo que temos para nós reparamos medos, curamos ansiedades e descobri-mo-nos mais um pouco... e somos felizes!

junho 13, 2013

Baby code

Com o primeiro filho, as descobertas, a ansiedade de tudo o que é novo, muitas vezes não nos deixam ler os sinais que o nosso filho nos envia. Olhando para trás, vejo que aconteceu comigo. Talvez os primeiros meses tivessem sido mais fáceis, se eu não carregasse tantos mitos antigos, e ouvisse apenas o que o meu bebé tinha para me dizer. Desta vez foi mais fácil, percebi rapidamente* que dormir comigo não lhe ia trazer vícios mas antes segurança, que adormecer ao colo não era um mau hábito mas um pedido de aconchego, que umas vezes pode mamar de duas em duas horas e outras fazer intervalos de quatro. Agora, na experiência do segundo filho, eu sei! Com quase quatro meses, já bastante mais calmo e com rotinas a instalarem-se, já a passar a noite na sua caminha (e no seu quarto quarto deles) já consigo descodificar o meu pequenino:

- Choro não muito alto, continuo e com ligeiros gritinhos = "Tenho fome!"
- No meu colo, quando chora e se vira todo, em particular começa a virar a cabeça para trás = "Quero ir para a cama!"
- Depois de mamar, chora e grita, esticando as pernas = "Estou desconfortável, preciso arrotar ou bolsar (mais uma vez)!" - mesmo que tenha mamado há mais de meia hora.
- Quando chucha muito nas mãos, provavelmente, vai sujar a fralda!
- Quando está a dormir e de repente acorda a chorar e a esbracejar = "Levanta-me, que ainda preciso bolsar um pouco mais!"
- Quando está a dormir e começa a choramingar = "Perdi a chucha! Encosta o ó-ó à minha cara!!" - atendo o seu pedido e digo sempre baixinho "Faz ó-ó bebé, faz ó-ó!"

Mitos que (eu sei) não passam disso mesmo:

- "Não o adormeças ao colo que ele habitua-se!" - Não. Nos primeiros meses os bebés precisam de carinho e aconchego, para se sentirem seguros e explorarem o ambiente cá fora. Dá-lhe todo o colo que ele pedir!

- "Deixa-o chorar, que ele depois habitua-se a ficar na cama." - Não, isto só cria mais insegurança no bebé. Fazê-lo sentir-se abandonado não lhe traz beneficio algum, nem aos pais ouvirem o filho berrar de tristeza no berço!

- "Não lhe dês chucha. Os bebés não sabem o que isso é!" - Pois não, mas todos têm o reflexo de sucção, e a sucção acalma-os. Os bebés podem até não ter chucha, mas irão procurar o dedo ou chamar a maminha constantemente para se acalmarem. E sentirem-se calmos é fundamental para o seu bem estar.

Para adormecer e dormir tranquilo, coloquei-lhe a almofada de amamentação na cama, assim fica mais aconchegado, e coloco-lhe a chucha com o ó-ó encostado à cara (ele gosta). Além disso, ao longo destes meses - os primeiros dois, praticamente dormiu comigo - fui sempre tentando que ele ficasse na cama dele, principalmente de dia, para se habituar ao espaço e aos cheiros. Quando ele não ficava, trazia-o para perto de mim, até que um dia ele ficou uma hora, depois duas, e agora fica a noite toda na sua caminha! 
No meio de tudo isto é fundamental ouvirmos os nossos bebés e a nossa intuição. E estes são os códigos do meu bebé, mas cada um terá os seus! :)


*ainda que me tivesse questionado algumas vezes.

maio 17, 2013

Maio, um mês colorido!


E (quase) de repente, este mês vai ser cheio de aventuras! Um calendário colorido e com imagens para explicar ao R. como vão ser os dias, em que dia estamos, e para diminuir ansiedades e prevenir surpresas. Espero que corra tudo bem e que vos conte tudo em breve! Bom dia... azul :)