maio 16, 2014

amor com limites

Ver os filhos crescer é um desafio constante, é um misto de orgulho por os ver tão desenvolvidos e saudade por já não nos caberem no colo. O amor é intenso, imenso, único... e cada vez mais acompanhado de limites!


A meio de um fim de semana muito bom, cheio de vontades, de praia, de descontracção e muita brincadeira, preparava-mo-nos para sair de casa, quando a propósito de algo que eu disse ao Rodrigo (qualquer coisa sobre levar casaco) ele me responde: "pareces parva!"

(...)

(mais silêncio)

Gelei. Fechei a porta de casa, sempre a olhar para ele. Não gritei (não sei como) não lhe dei um açoite (mas merecia), cambaleei entre pensamentos "ele já tem quase quatro anos e ainda não tem quatro anos", e chamei-o. À altura dele, perguntei-lhe se pensava que era era colega de escola, e mesmo que fosse, era uma falta de respeito. Questionei-o se alguma vez eu ou o pai o tínhamos tratado assim, se o tratávamos por parvo, ou outros mimos idênticos. Falei olhos nos olhos, assertiva e calma, passei uma mensagem clara de desagrado e tristeza. Ele ficou envergonhado, como fica sempre que olhamos assim para ele, quando chamamos a atenção dá mais resultado do que quando leva uma palmada, e pediu desculpa.

Os filhos crescem, dão-nos imensos motivos para sorrir, mas oferecem-nos outros tantos para demonstrarmos o nosso amor por eles. Impor limites, chamar a atenção na altura certa, é mostrar-lhes também o nosso amor. Se passarmos a mão na cabeça porque ainda vai fazer quatro anos, e depois ainda vai fazer cinco, e quinze... nunca lhes chegamos a demonstrar o quanto gostamos deles, o quanto nos preocupamos e queremos fazer deles adultos melhores. Ao contrário do que muitos pais pensam, os filhos esticam a corda mesmo para nós os puxarmos, para demonstrarmos que os queremos perto de nós, dos nossos valores. O contrário, é transmitir que não queremos saber.
Amor com limites, é a melhor forma de amar. Pelo menos é a minha.



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1 comentário:

Unknown disse...

a minha também...e respeito é muito importante!... chamar a atenção e uma palmada bem dada no momento certo nunca fez mal a ninguém. A C testa-nos todos os dias..e não é pouco! ... por vezes dou por mim a ir à varanda contar até 3 ( quando não é até mais), respirar e voltar para lhe explicar ( de forma civilizada.... mas por vezes salta um berro) o que está certo e errado. Acho que faz parte de ser mãe e pai ...e dá-lhes segurança, ensina-lhes os limites...