julho 02, 2013

Num mundo ideal...

O tempo voa. De repente passaram quatro meses, estamos em pleno Verão, os dias são mais longos, há tanta coisa para fazer e as horas parece que nos fogem, de tanto que queremos aproveitar. Nesta época o tempo voa à velocidade da luz e eu já começo a adivinhar Setembro, o ventinho fresco a voltar, os dias a ficarem mais curtos e a entrada na creche a aproximar-se! (Tanta lenga lenga para chegar aqui, não é?)


Por agora, aproveito cada bocadinho com o filho pequeno e recordo que aos quatro meses do filho grande já eu chorava horas a fio só de imaginar que daí a duas semanas ia começar a deixá-lo na creche, primeiro uma hora, depois duas, e por aí em diante, para ele (eu) se ir habituando. Recordo que quando o deixei a primeira vez, por uma hora apenas (e bem contadinha) saí em lágrimas, quase deixei a educadora a chorar, e agarrei-me à cara metade (e ao relógio) na ansiedade que o tempo passasse. E foi tão bom quando o fui buscar.
Pensei que com o segundo filho esta etapa fosse facilmente ultrapassada, que ficando com ele até aos seis meses a coisa não custasse, que sendo a mesma escolinha do mano, um sitio já familiar, eu não fosse pensar muito no assunto. Pensei que por estar afastada do mercado de trabalho e querer muito voltar, esta minha vontade fosse superar a ansiedade de deixar o meu bebé com estranhos. Mas o certo é que na maternidade nada é como nós pensamos, e já dou por mim a imaginar como será a primeira hora dele no dia da independência, como será que o vão tratar, que dicas vou dar para o deitarem como ele gosta, que objecto securizante irei levar...


Ninguém os trata como nós mães, é verdade, mas também é verdade que este afastamento por horas é bom, para eles e para nós. Mas no meu mundo ideal este afastamento seria mesmo por poucas horas, durante os primeiros anos, não teríamos problemas em decidir ficar com os filhos em casa porque o mercado de trabalho estaria aberto aquando do nosso regresso, as mães poderiam escolher trabalhar em part-time durante a primeira infância dos filhos, e não teriam peso na consciência (nem um olhar torto dos colegas e patrões) quando precisassem de faltar por doença dos filhos. Num mundo ideal, a maternidade seria privilegiada e vista como uma base para se criarem homens e mulheres completos, e eu não gastaria tantos lenços de papel a chorar por uma etapa que se dá naturalmente em todas as crianças, mães e famílias por esse mundo fora!


(e pensar que ainda hoje, ao fim de quase três anos, ainda me custa deixá-lo na escola...)

2 comentários:

MJ disse...

custa, custa muito e não é por ser o segundo filho que custa menos, nem o terceiro! acho que me custou mais o terceiro para ser sincera talvez por já saber o que me esperava. Mas é assim mesmo, faz parte da vida de todas as mães trabalhadoras.
Pena tenho é que o nosso estado não tenha medidas que ajudem as mães, ou então que a licença fosse prolongada!
beijinhos o teu Dudu está muito bommmm!

Sofia Ferreira disse...

Um beijinho MJ! Está mesmo fofo, não está? ;)