novembro 21, 2013

Sim, mãe... (vai à merda!)

É incrível a velocidade a que os nossos filhos crescem. Como nos parece que num momento estamos a contemplá-los ali no berço, tão pequeninos e frágeis, e num ápice estamos a levá-los à escola, eles estão a dar a sua opinião para se vestir ou a pedir para ficar a dormir em casa de um/a amigo/a. Passa tão rápido. Numa primeira etapa, somos tudo para eles, procuram a nossa aprovação, pedem-nos ajuda, não existe ninguém mais importante que nós. E tão bem que nos sabe!!
Mas eles crescem, tornam-se independentes, têm vontade/opinião própria, e é isso que nós queremos, educar seres que pensem com a sua própria cabeça, que saibam o que querem, que tenham personalidade. Ao longo dos anos vamos ter que nos adaptar ao seu crescimento, saber quando é o momento para intervir e quando é que devemos recuar, deixar que sejam eles a vir ter connosco, a pedir-nos o que quer que seja que precisem. Vai custar, vai, mas é mesmo assim.
No outro dia falava com uma amiga, que contava a última da sua filha de 9 anos. A garota preparava-se para ir acampar com os escuteiros, e quando os pais a foram deixar, a minha amiga reforçou (mais uma vez) que deveria vestir o casaco, pois estava muito frio. A I. respondeu, com um típico e adolescente revirar de olhos: "Sim, mãe!". A minha amiga sentiu-se ofendida, atacada mesmo, diz que aquele revirar de olhos disse tudo o que não saiu da boca da filha, e quase sem pensar, chamou-a: "Sim mãe, vai à merda! Não é isso que querias dizer, I.?". O silêncio tomou lugar no meio dos amigos da I., que entretanto se voltou de olhos arregalados, provavelmente a pensar "Ups, isto é sério!".
Na educação, principalmente no papel de pais, nem sempre não conseguimos ser pais-educadores-psicólogos-amigos em todas as horas, e ainda bem. Isso significaria que não estávamos a relacionar-nos emocionalmente com as questões dos nossos filhos. Por vezes, salta-nos a tampa (passo a expressão), quando aqueles seres pequeninos e frágeis que venerámos tanto, e que vemos sempre nos nossos filhos, se tornam pré adolescentes-adolescentes com resposta sempre certa na ponta da língua, e que acham que quem sabe tudo são eles, não tu! 
Custa... mas é mesmo assim. Cabe-nos a nós tentar que essas respostas sejam em menor número possível! 

2 comentários:

Jardim de Algodão Doce disse...

Eu tenho um pré adolescente cá em casa e já tenho um papel na porta do seu quarto a dizer " Proibida a entrada" :) :)
À medida que crescem o cansaço vira mais psicológico. Calma, é preciso.

Sofia Ferreira disse...

Muita calma mesmo JAD. E respirar fundo :)