outubro 30, 2013

"Está mais ou menos..."

A ideia de que nada nos afecta transparece no Bom dia! ao vizinho que passa, no sorriso à menina da caixa do supermercado, no abraço apertado ao deixar os filhos na escola, no beijo roubado ao marido à porta de casa. A ideia de estamos sempre bem, sempre felizes, sem queixas, sem o automático "Está mais ou menos." revela-se na nossa maneira de estar, de nos relacionarmos, de nos querermos dar aos outros. 
Quando encontramos um amigo/a e lhe fazemos a pergunta da praxe "Então, está tudo bem?" é certo que, no mínimo, ouviremos um "Está mais ou menos! ou Vai-se andando!". Chego a pensar que a resposta nem é pensada, é intrínseca. Não devemos mostrar-nos muito felizes para não sofrer da inveja dos outros, ou para não ferir quem está a passar por um mau bocado, ou porque deixa-me lá fazer de coitadinho que sempre ganho alguma coisa com isso! É coisa que me causa confusão esta ênfase do triste fado que nos os acompanha, as pessoas que não assumem a sua felicidade, ou pior, não a enxergam. Porque estão cansadas, preguiçosas, acomodadas, ou porque há uma cultura no seu ADN que as obriga a chorar cada dia, não enxergam a alegria dos filhos quando as avistam à saída da escola, não vão felizes para o trabalho que (ainda) preservam, não valorizam os jantares com amigos no conforto das suas casas, não dão valor ao aconchego daquele abraço no silêncio da noite. 
Aqueles que optam por valorizar o lado B(om) da vida, são olhados com desconfiança, com desconforto, mas com certeza que são somos muito mais felizes! 

- "Então está tudo bem?"
- "Não, está tudo óptimo!"

Todos temos dias menos bons, ou maus mesmo. Todos temos noites mal dormidas ou não dormidas de todo. Todos temos contas para pagar e todos vemos o dinheiro a sumir. Todos ouvimos as mesmas noticias, e todos podemos optar por não as ouvir. Todos temos dias de chuva, mas muitos dias de sol. Todos apanhamos com alguém mal disposto no trânsito, mas também com alguém simpático no trabalho. Todos aturamos as birras dos nossos filhos, mas também vibramos com as suas gargalhadas. Todos-temos-de-tudo. E salvo as excepções, aquelas realidades mesmo duras de enfrentar, todos temos pelo menos uma vez por dia, uma razão para sorrir! 
Já paraste para pensar?

3 comentários:

...Miminhos... disse...

Adoro!!! Alegras-me o dia...escreves o que sinto e penso...parece que o escreves comigo e por mim =))))))))))

Mel disse...

bem verdade! por norma digo está tudo bem! porque de facto dou valor às pequenas grandes coisas e a minha filha estar bem para mim já chega! mas tb quando não estou digo que não estou, mmo quando não me quero alongar. bjs

Sofia Ferreira disse...

Miminhos, tão bom "ouvir" isso!!! Bjs