abril 09, 2014

Pensar vs Fazer

Há uns tempos atrás, eu tinha um emprego mas já não estava satisfeita, não me sentia realizada e, sobretudo, não me levantava feliz para ir trabalhar! Só pensava em como fazer para mudar! (soa familiar?) Mas claro, a pessoa tem responsabilidades, contas para pagar, um filho para criar (na altura era só um), e o panorama não estava fácil para mudar de emprego.
Um dia, tudo mudou... a empresa fechou, eu fiquei sem trabalho, e estas foram algumas das questões que se tornaram frequentes no meu pensamento: 

O que é que eu gosto realmente de fazer? Será que vou ser competente a desempenhar aquela função? Será que gosto daquele tipo de hobby?O que é que eu vou fazer da minha vida?O que quero fazer com a minha vida?

Depois de traçar o pior dos cenários, de dar voltas e voltas a pensar no que poderia fazer, no que queria fazer, no que tinha que fazer, parei e comecei realmente a fazer. Sim! Pensar leva-nos muita energia e traz-nos poucos resultados. Pensar pode desmotivar-nos, mesmo antes de metermos mãos à obra! E o que é que eu fiz?

Depois de enviar muitos cv's e receber muito poucas respostas, foquei-me em algo completamente diferente do que alguma vez tinha feito, mas que já me tinha perguntado se era capaz de fazer: enveredei pelo o ramo dos trabalhos manuais. Vi sites, blogues, How to do? vídeos, pesquisei fornecedores, comprei material, fiz página no Facebook e nasceram as primeiras peças de bijuteria. Depois veio a costura e o mesmo processo: workshops, pesquisa, material, máquina e as primeiras peças! 
Consegui vender alguma coisa? Sim. Ganhei dinheiro com isso? Não. Valeu a pena? Sim! Porquê?!
Porque descobri, através do fazer, que era capaz, mas que aquele não era o meu futuro, não era aquilo que gostava de fazer, não era aquilo que queria fazer!

Estes processos de auto-conhecimento são necessários e fundamentais para conseguirmos ser mais felizes, para descobrimos o que queremos da nossa vida, mas por vezes gastamos toda a nossa energia a pensar no que gostaríamos de fazer em vez de agirmos, experimentarmos, por-nos à prova. Fazer dá trabalho, exige muito de nós, mas também pode ser muito gratificante. Só através da acção, conseguimos tirar conclusões e avançar numa direcção, e mesmo que venhamos a concluir que não era nada daquilo que queríamos, pelo menos arrumamos esse dossier e não perdemos mais energia com ele! 


Será que consigo passar a muralha?!


Estremoz, 2011



2 comentários:

Luna Piena disse...

sim agir é a parte mais difícil, mas também muitas vezes porque os nossos pensamentos fazem uma sabotagem às nossas ações...muito giro o novo header :)(acho que é assim que se diz :)" bj

Sofia Ferreira disse...

Pensar - Agir + :)

Ainda bem que gostaste! bjs