maio 21, 2014

Sou só eu...?

Sou só eu que acho um absurdo, que haja mães que tenham que se preocupar em contratar alguém, para ir buscar os filhos à escola/infantário? Mães que os deixam às oito/nove da manhã, e que às sete/oito da noite ainda não estão disponíveis para estar com os filhos. Mães que não têm família de apoio por perto, que o marido ainda sai mais tarde do emprego, e que quando a lua já está no alto, ainda não podem estar com os filhos. Mães que têm que escolher entre pagar multa no infantário, se a criança sai depois das sete, ou enfrentar o chefe e dizer "desculpe lá, mas sou mãe!" e levar com uma valente tromba. Sou só eu que acho um absurdo, que neste País (e noutros também, mas eu vivo neste) em que as mulheres são mal remuneradas, dificilmente são promovidas, ainda tenham que viver angustiadas porque passam 12h ou mais sem ver os filhos, e muitas só estão realmente com eles ao fim de semana, entre compras e arrumações, porque a casa é o seu segundo emprego!? Sou só eu que acho um absurdo não haver oportunidade para as mães trabalharem em part-time, para haver um horário flexível (porque convenhamos, ninguém está a trabalhar das 9 às 18h!!) ou que possam trabalhar a partir de casa, nalguns casos?!

Se algum dia a minha vida der uma volta de 360º (bato na madeira, bato na madeira) e eu tiver que ver os meus filhos em part-time, vou ser com certeza muito infeliz... e eles também!
Um grande beijo para todas estas mães (e filhos)!



              

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5 comentários:

Unknown disse...

eu também.... as pessoas têm de definir prioridades ..e para mim a familia é a principal! porque empregos vão e vêm ( ou não) mas a familia fica! sempre me imaginei a vê-las crescer... fazer como os meus pais me fizeram a mim! dá para conciliar.... temos de ser é mais firmes nos nossos direitos de mães e mulheres!
beijinhos inês

Sofia Ferreira disse...

:) Inês, estas escolhas nem sempre são fáceis... As decisões e mudança de mentalidades, em relação aos nossos direitos, têm mesmo que vir de cima!

Mafaldix disse...

Recomecei em Abril a trabalhar, a poucos dias do meu filho mais novo fazer um ano, e informei logo a minha coordenadora que tinha de sair às 17h30 para ir buscar os meus filhos à escola, que fecha às 18h. Claro que sempre que for necessário e com a antecedência possível posso organizar-me com a minha mãe para os ir buscar, mas eu quero ir buscá-los. Mesmo indo buscá-los às 18 ja estou tão pouco com eles. Mas claro que há dias, quase todos, em que levo trabalho para acabar à noite, depois de os deitar, e às vezes surgem reuniões e questões de última hora e eu tenho de sair a meio. (Quando o meu filho mais velho era pequeno não consegui fazer isto, era a minha mãe que o ia buscar, e eu sofria horrores de não o ver e decidi que não ia permitir que voltasse a acontecer). Não é fácil isto de conciliar a vida profissional e a maternidade. E adorava poder fazer jornada continua de umas 6h por dia e conseguir sair às 4 da tarde para ainda os gozar, sem ser no limiar do cansaço e das birras (nossas e deles) de final de tarde.bjs

Unknown disse...

é pena que neste pais não haja compreensão patronal!! noutros paises respeitam-se horarios de entrada e saida sem olhar de lado!... porque é que nós mães e pais nos temos de sentir "mal" para tentar chegar a todo o lado!...o problema é que quem está sentadinho na assembleia não tem noção das dificuldades e se sabe é totalmente abafado! ... é aproveitar todos os bocadinhos dos nossos filhotes!!

Kaf disse...

Trabalhei 9 anos numa empresa, no dia em que disse que ia casar o meu chefe/patrão torceu o nariz, uns meses depois atirou-me à cara em conversa que quando engravidasse perdia a minha mais valia como funcionaria, um mês depois vim-me embora, sem subsidio, sem nada, porque não ia colocar um sonho de lado mais tempo... e mesmo com a crise não me arrependo um minuto.
Um mês depois engravidei, e o meu nível de vida pode não ser o mesmo, mas estou muito melhor.
Sim, ainda há patrões destes no seculo XXI