setembro 27, 2017

desabafo de uma mãe com um filho de (1) 7!?

há coisas para as quais ninguém nos prepara quando decidimos ter um filho.
é verdade que ninguém nos diz que os primeiros dias vão ser mais de dor (nos pontos, nos peitos, nos sentimentos) do que de amor (pelo filho acabadinho de nascer, plano prá vida, coisa mais fofa!), que nos primeiros meses vamos andar ás aranhas para comer, dormir, tomar banho e pensar sequer em namorar é mentira.
é generalizado que o que todos nos dizem é para aproveitarmos estes primeiros tempos, que passa tudo muito depressa, que em breve a vida está de volta ao normal, que é só uma fase, eles crescem, patati-patatá... mas, espera aí, volta atrás!! "tudo de volta ao normal! é só uma fase?"

mas quando??



bom, eu posso dizer-vos que já passei da sala da espera do tudo volta ao normal porque, a verdade é que não volta! desculpem ser assim a frio, mas é a verdade! 


eventualmente eles começam a dormir as noites inteiras mas vocês não! nunca mais vão ter uma noite descansada, porque mesmo quando eles estão bem e vocês julgam que estão a dormir, na verdade vocês estão em estado de alerta, e ao suspiro mais sonoro é ver-vos a saltar da cama num instante. certo?

sim, eles vão deixar de precisar das vossas maminhas para se alimentar, mas depois vem a saga das papas e das sopas e ai jesus que ele não gosta ou não come o suficiente, e adiantam a hora do jantar ou atrasam, põem batata doce ou retiram o nabo e durante meses parecem cientistas na cozinha para satisfazer as vontades de V. Exas. os vossos filhos! (já disse que são a coisa mais fofa?)

à medida que eles crescendo vão-se tornando mais autónomos e aí vocês pensam que vão ter mais tempo livre, mais espaço para os vossos hobbies e amigas, mas entretanto eles também vão começar a ter actividades e hobbies e amigos, e se não tiverem cuidado e uma agenda bem planeada, num fósforo, lá se foi o vosso tempo livre!

ah, e as birras? também é só uma fase, deixem estar! meia dúzia de vergonhas em locais públicos e vão ver que se habituam!

quando já estão mais velhos (tipo, escola primária), já falam bem, já nos entendem bem e até conseguimos manter uma conversa, vocês pensam que agora é que é, agora as coisas vão voltar ao normal, afinal já têm homenzinhos e mulherzinhas em casa, com quem podem debater-questões-importantes-para-o-bom -funcionamento-do-lar-sem-que-eles-se-atirem-para-o-chão-a-bater-com-os-pés mas (outra coisa que ninguém vos diz: há sempre um grande MAS)... mas eles agora já não batem com os pés, já não vos envergonham com birras descomunais à porta do supermercado, já não choram baba e ranho como se tivessem sido abandonados. Não, eles agora argumentam! Eles argumentam cheios de razão e propriedade naquilo que estão a defender. com um bocadinho de sorte ainda vos olham com aquele ar de desdém que vocês já viram nos filhos dos outros, mas Deus me livre, nos vossos não! E vocês, que com um bocadinho de "azar" estão fartas de ler sobre psicologia do desenvolvimento, ou até são psicólogas ou coisa que valha, tentam não gritar, tentam não bater, tentam dar a volta à situação da forma mais psi, zen, positiva possível, mas quando não dá para conter levam com o triplo da culpa que toda a mãe que é mãe carrega. Sim, esta é outra que ninguém vos conta: a p*** da culpa é siamesa da maternidade!



e então digo-vos, mães e futuras mães que me lêem, o pior é mesmo isto: a gestão materna dos sentimentos!! para isto ninguém vos prepara. Nenhuma amiga vos visita na maternidade, mesmo que já tenha 4 filhos, e vos diz que o mais difícil vai ser lidar com eles daí a uns anos, que o difícil vai ser gerir os sentimentos, saber dosear o sim e o não, a liberdade e os cortes, o sentido de humor com a seriedade necessária. Não amigas, esta parte não vem nos livros, só naqueles que vocês vão procurar quando já estão no meio da coisa, rodeada de cenas difíceis para resolver e a pensar que nunca pensaram que fosse acontecer convosco! 


Ah, mas é uma fase, deixa, passa depressa, vais ver. Não tarda eles saem de casa e ainda choras por eles! - dizem vocês!
ao que eu respondo:
Não, não, é isto tudo e eu ainda vou só em sete anos de maternidade! Sim, leram bem SETE! 


(diz que a adolescência costumava ser com que idade??)




Posto isto, boa sorte a todas! Agora já não podem dizer que ninguém vos avisou! ;)


de nada,

Sofia**






PS: mas sim, eles são a melhor coisa do mundo! Isso não muda... vá-se lá perceber porquê!










setembro 20, 2017

BARCELONA (#3)

CULTURA. BELEZA. LUZ.
São estas as palavras que me vêm à cabeça quando me lembro do dia que passeámos por Barcelona. Foi só um dia e soube a muito pouco, é verdade. Há tanto para ver, conhecer, para desfrutar sem aquela sede de quem quer absorver tudo o que um novo destino tem para oferecer, que um dia apenas sabe a muito pouco... mas aguça em nós a vontade de voltar em breve!




SAGRADA FAMÍLIA. 
Uma obra conhecida em todo o mundo, bela e sem fim à vista! (ou melhor, tem. dizem que em 2026, quando passarem 100 anos da morte de Gaudi, estará terminada!) Por falta de tempo não entrámos (outro motivo para lá voltar!) mas tive imensa pena porque a avaliar pela beleza exterior, o interior deve prender-nos na imponência dos seus maravilhosos detalhes.
Mesmo em frente à Sagrada Família (cheia de turistas a tirarem a foto da praxe - impossível não trazermos fotos com estranhos!! - há um parque enorme e bastante bonito. Numa próxima visita, quero explorá-lo melhor e tirar uma fotografia de longe à grande obra de Gaudi, esse artista incompreendido no seu tempo, sem desconhecidos à frente! (risos)





A influencia de Gaudi na arquitectura da cidade foi algo que me impressionou, não só pela beleza das suas obras como pela quantidade! Em tom de brincadeira, até comentámos entre nós que deviam mudar o nome para qualquer coisa como BarGaudi ou Gaudilona!! (risos)



A viagem terminou nas RAMBLAS, pois claro, uma avenida imensa, cheia de gente e vida!
Jantámos por lá, passeámos pela avenida, vimos cada quiosque de souvenirs e deliciamo-nos com a energia que se faz sentir por lá.  

Claro que com os terríveis acontecimentos ainda tão presentes, não só nos media como na consciência de cada um de nós, acredito, pois tinha passado pouco mais de uma semana, passear naquele espaço da cidade em particular não foi inócuo! A forte presença policial e o memorial das vitimas não deixavam sequer fingir que não sabíamos o que tinha acontecido. Impossível andarmos sem olhar por cima do ombro, encostados ás laterais, atentos a qualquer movimento estranho. Claro que não deixámos passar nada disto para os miúdos. Em resposta ás perguntas sobre o memorial dissemos apenas que tinha havido um acidente...

Ás vezes é assustador, quando paramos para pensar em tudo o que tem acontecido pelo Mundo nos últimos anos, no que vemos acontecer actualmente. Este atentado aconteceu uma semana antes de viajarmos. Ficámos um pouco apreensivos e chegámos a colocar a hipótese de não sairmos do camping, não irmos a Barcelona. Mas somos ambos pessoas positivas, temos no in(consciente) a mensagem presente de que vai correr tudo bem. Além disso, o medo não nos pode impedir de viver a nossa vida, a de todos, senão vamos estar a dar força ao mal, aos que defendem os seus direitos e crenças da pior maneira possível, atacando o outro, querendo tirar-lhe a liberdade.




Por isso, quero terminar a partilha desta viagem maravilhosa com algumas mensagens positivas:

- Quando pensarem em gastar dinheiro em alguma coisa supérflua, poupem-no para viajar. Conhecer novos lugares, novas culturas, enriquece-nos de uma maneira que nenhum outro adereço faz, riqueza que vamos multiplicando de cada vez que partilhamos as nossas aventuras, as particularidades de cada cidade ou país!

- Se possível, levem os vossos filhos ou pelo menos mostrem-lhes a beleza deste mundo. E do nosso País. Ensinem-nos a respeitar as diferenças culturais, a apreciar a beleza dos locais por onde passam, a ouvir as diferentes línguas e porque não, experimentar ensinar-lhes algumas palavras "estranhas"! eles vão achar piada!

- Se tiverem uma wishlist, coloquem todos os anos um lugar novo para visitar. Não precisa ser fora do nosso maravilhoso País, basta que seja um lugar onde nunca tenham estado. Vão encontrar felicidade nessa descoberta, com toda a certeza!






Espero que tenham gostado desta partilha!
Podem ver mais das nossas viagens aqui!
Muito em breve um post com as dicas práticas para viajar com filhos e, em especial, sobre a visita a Barcelona.






Sofia**






setembro 19, 2017

BARCELONA (#2)

Com apenas um dia para desfrutar da cidade tivemos que ser práticos. Levámos connosco mochilas com água, umas sandwiches e snacks, para aguentarmos o dia a andar de um lado para o outro sem preocupações com a comida. Guardamos a refeição em restaurante para o jantar, quando já tivéssemos visto tudo o que tínhamos planeado. 


O Parque Guell era um dos nossos pontos de visita obrigatórios. Como previmos chegar lá pela hora de almoço, pensámos que seria o melhor lugar para comermos!
O que não estava nos nossos planos era que o autocarro turístico parasse a 20 minutos - eles dizem que são 10... - sempre a subir! Claro que na subida e com a fome a apertar os meus miúdos começaram a queixar-se, a dizer que queriam era ir para o parque e para a piscina, que estavam a detestar tudo e todos! (bonito!) Devido ao drama e não querendo causar-lhes nenhum trauma, resolvemos comer a meio do caminho, nuns bancos que encontramos sem a graça nem a beleza que eu tinha imaginado!


Mais calmos e de barriga cheia lá conseguimos chegar ao famoso Parque, e aqui sim, encontrámos o que procurávamos! Lindo, lindo, lindo!




A casa de Gaudi.






Apesar de por esta hora (14h) o dia ter ficado meio encoberto estava calor e conseguimos ter esta vista  panorâmica sobre a cidade!



As obras de Gaudi são inspiradas na natureza e eram preservadas na sua obra, como se vê aqui!





Os meus filhos deram de caras com esta estátua de Gaudi e quiseram tirar fotografias, mas quando se iam sentar a estátua mexeu-se!! Imaginam o susto?! Estava perfeito, nunca tinha visto uma estátua humana com este nível de perfeição! E eles também ficaram espantados, fizeram perguntas e quiseram mexer. Por esta altura, já não falavam da piscina e estavam a gostar do passeio! ;)


O Parque Guell é enorme e tem muito para ver. Não só a obra de Gaudi, imensa, como depois o próprio espaço em si com miradouros sob a cidade e espaços verdes para simplesmente descansarmos e podermos apreciar o estar ali. 
Recomendo que, se puderem, reservem um dia para visitarem este ícone de Barcelona, com calma. A entrada no Parque é gratuita, mas para visitar a Casa de Gaudi e para o Jardim com a sua obra paga-se.



Quem já teve a oportunidade de visitar o Parque Guell, alguma dica? O que gostaram mais? Adorava que partilhassem!



Podem ver mais aqui, se tiverem interesse!






Kiss,

Sofia**










BARCELONA (#1)

quem nos segue no Instagram já percebeu que assumo que não somos muito bons a planear. para dizer a verdade o nosso destino de férias foi escolhido um mês antes e marcado com cerca de 15 dias de antecedência. a única coisa que sabíamos é que íamos acampar e gostávamos que o destino incluísse a passagem por uma cidade que ainda não conhecêssemos. 

quando vimos onde se situava o camping (a 12 looongas horas de casa) ficámos um pouco na dúvida se nos iríamos aventurar numas férias em família ou num martírio em modo viagem, dado que os nossos filhos não são muito fãs de andar de carro! mas como já contei aqui, ficámos apaixonados com as condições do resort e a proximidade de Barcelona (o outro lado da distância) e esses factores convenceram-nos a arriscar! E ainda bem...



O famoso símbolo de Barcelona.


Uma das muitas ciclovias da cidade!


os táxis pretos e amarelos são uma imagem de marca desta cidade!












Barcelona é uma cidade fantástica, luminosa, cheia de espaços verdes, e de uma beleza arquitectónica fora do comum. É fácil andar pelas ruas e esbarrarmos em prédios que são autênticas obras de arte e nos deixam boquiabertos.  
Por todo lado vemos pessoas a andar de bicicleta, mas a cidade está devidamente preparada para isso. Tem mais de 100 km de vias para ciclistas / cicloturistas, para além de bicicletas grátis em vários pontos. A zona marítima, que foi toda recuperada desde os Jogos Olímpicos de 1992, é hoje em dia a parte mais moderna e atractiva para quem quer viver em Barcelona, e o acesso fácil e directo ás praias diria que faz desta capital da cultura um destino perfeito para quem gosta de conjugar diferentes tipos de actividades durante as férias, ou mesmo, para quem procura uma cidade completa para viver. 



Valeu mesmo a pena esta viagem! Os miúdos adoraram, tendo em conta a idade de cada um (7 e 4 anos) e portaram-se super bem. O Rodrigo mostrou-se bastante interessado pela história da cidade, tirou muitas fotografias, e eu também. Voltámos ao camping muito cansados mas felizes!


Em breve conto e mostro mais sobre este dia passado em Barcelona e partilho dicas práticas para aproveitarem da melhor forma uma viagem deste género com crianças!!







Dias felizes!

Sofia**

















setembro 15, 2017

só porque vem mesmo a calhar!







"Quase toda a gente vive um bocadinho ensombrada por essa ideia de que gostaria de fazer alguma coisa mas acha que não é para si. E acho que nisso nós, mulheres, somos mais vítimas. Ao longo de séculos fomos ouvindo que isto ou aquilo não era para nós, que eram coisas exclusivas dos homens mas, graças a todos os santos e a muito trabalhinho, a maioria desses mitos têm caído por terra. Hoje em dia, uma mulher pode ser aquilo que quiser, mesmo que haja uma data de barreiras ou de estigmas que ainda persistem. Às vezes somos nós mesmas a impor-nos esses limites, e isso é o pior. Coisas simples como "não vou vestir uma mini-saia porque não sei o que vão pensar de mim", ou "não vou usar um batom vermelho no trabalho porque depois não me levam a sério", ou "não vou usar este vestido porque estou com peso a mais", ou "não vou usar o cabelo curto porque toda a gente diz que não fica bem com a minha cara", ou "não vou convidar um homem para beber um copo porque é ele que tem de dar o primeiro passo", ou "adorava cantar num karaoke, mas acho que não é para mim", ou "adorava aprender japonês, mas acho que não vou conseguir", ou, ou, ou. O "não" continua a estar demasiado presente na nossa vida, e está na hora de nos libertarmos um bocadinho disso. "






in A Pipoca Mais Doce





Um grande SIM a NÓS!

Bom fim de semana,

Sofia**