No outro dia, enquanto jantávamos,
com as noticias a fazer de música ambiente - o que é raro normalmente ouvimos
música - o R perguntou-me quem era António Costa. Expliquei-lhe que era
candidato a Primeiro-ministro. Depois perguntou quem era Passos Coelho, e eu
disse-lhe que era o actual PM de Portugal, o nosso País, e ele ainda se lembrou
do Sórcrates, e ficou a saber que era
o nosso ex PM (acho que já lhe tinha dito numa outra ocasião).
Disse-lhe que no domingo havia
eleições e que o pai e a mãe iam votar para escolher um novo PM. Ele perguntou
porque é que as pessoas queriam ser Primeiro-ministro, mas não perguntou o que
era exactamente isso de se ser PM. Ainda bem. Não lhe sabia responder. Porque a
diferença entre “o que é” e o que “devia ser” é enorme, e eu não gosto de lhe
mentir. Provavelmente, quando ele perguntar eu vou explicar a versão “devia
ser”, para que ele cresça a acreditar que vale a pena ir votar, na esperança de
que quando ele tiver idade para exprimir o seu voto, “o que é” seja sinónimo do
que “devia ser”!
Eu vou votar no domingo. Não que
acredite especialmente em algum candidato, não que ache que algum deles (e a
sua equipa) tem competências reais para mudar o País para o que será melhor
para o povo – palavra que detesto mas
que eles insistem em dizer.
Eu vou votar no domingo porque
rejo-me pelo princípio de que para educar tenho que dar o exemplo, e ir votar é
ensinar aos meus filhos que nós temos o direito e o dever de o fazer. É
ensinar-lhes que eles têm algo a dizer, no País em que nasceram e que, em
princípio, irão crescer.
Eu vou votar no domingo, não que
acredite em alguém em particular, com muita pena minha. Eu vou votar no
domingo, porque acredito que não fazendo parte dos números da abstenção me
incluo automaticamente nos números dos que se importam. E é isso que eu quero
ensinar aos meus filhos.
E tu?
Sofia**
1 comentário:
estou como tu
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