no outro dia alguém dizia que ter filhos é fácil, difícil é educá-los. não podia estar mais de acordo com esta afirmação.
eu não tinha esta noção quando decidi ter o meu primeiro filho. acho que pouca gente deve ter. normalmente, antes de decidirmos engravidar, ponderamos se a nossa vida é estável o suficiente, o dinheiro, a casa, o emprego, o carro, se a nossa relação é para durar, se há amor e companheirismo que cheguem para levar a cabo as noites mal dormidas, o fim (ainda que temporário) das saídas a dois, do dinheiro que se gasta em fraldas e que deixa de ser gasto em férias... acho que deve haver poucos casais a ponderar: será que vamos saber educá-lo? vamos conseguir impor-lhe limites? como faremos para lhe transmitir os nossos valores? como vamos lidar com as birras? e com as respostas tortas? e quando nos começar a pedir tudo e mais um par de botas, devemos dar-lhe só porque sim?! não, definitivamente não foram estas as perguntas que nos colocámos quando em 2009 decidimos avançar para o aumento da nossa família.
mas o mais engraçado, é que perguntas deste género surgiram ainda na maternidade com ele, mínimo, nos meus braços, o inchaço da anestesia, as dores da cesariana: será que te vou conseguir proteger? conseguirei fazer-te feliz? que adulto serás? quero o mundo para ti... e nesse dia começou a preocupação com o dossier mais importante da vida destes (dos) pais e, por consequência, dos filhos também: educação.
nunca fazemos ideia de como serão os nossos filhos, que tipo de adultos se tornarão. nem temos poder suficiente para controlarmos na totalidade. e é importante termos essa consciência: não vamos conseguir controlar tudo! senão vejamos, temos 50% da parte genética que nos pertence mas os outros 50% têm muito que se lhes diga. temos o meio ambiente, os amigos, a escola, as educadoras/professores, as auxiliares, os treinadores, os avós, os tios... e depois temos o nosso filho que desde que nasce absorve o meio que o rodeia, aprende com os nossos exemplos e com os dos outros, ouve o que lhe dizemos e ouve mais uma dúzia de pessoas durante o dia, aprende na escola, aprende na televisão, aprende na rua, aprende, aprende, aprende... e gere tudo de acordo com a sua visão do mundo, com a sua personalidade semi moldada.
claro que a nossa parte é fundamental. que não haja dúvidas que o nosso papel enquanto pais educadores, enquanto transmissores de exemplos e valores, é de longe o separador mais importante da aprendizagem deles. mas não é tudo.
e é na fase em que eles nos começam a colocar problemas, para os quais não estávamos preparados, que começamos a questionar se estamos a fazer bem, se estamos a fazer o melhor, e se o nosso melhor vai ser entendido por eles da melhor forma. é certo que vamos errar, mas também havemos de fazer muita coisa bem. resta-nos esperar que a mensagem (de amor) passe da melhor maneira possível.
a mim preocupa-me que não saibam dar valor às coisas, quer materiais porque custam a ter, mas sobretudo ao que é simples mas importante como o amor e amizade. preocupa-me que não tenham empatia pelo outro, que não sejam justos, ou que se deixem levar pelo que as aparências exigem. às vezes tenho dúvidas, tantas vezes, sobre a forma como lhes devo (devemos) passar a mensagem.
e a vocês, o que vos parece mais difícil ao educar um filho? quais são realmente as vossas preocupações? adorava que partilhassem! :)
Sofia**