maio 15, 2014

Hoje é o Dia da Família...

... ou, como dizemos por cá, tal como o dia da mãe, do pai ou da criança, pode ser todos os dias, sempre que nos apetecer. 
Mas estes dias que se assinalam no calendário, que tomam cor e forma nas escolas, nas redes sociais, e na comunicação social, têm um sabor especial: mais um motivo para sorrir, orgulho em apresentar a sua família na escola, desenhá-la ou falar sobre ela, de alegria por poder celebrá-lo com uma festa, com apresentações, com  alguma coisa que fuja à rotina... nas famílias felizes, estruturadas, que estão bem entre si. Estes dias celebram-se e ponto. Fala-se no tema em todo o lado, há corações e flores espalhados, independentemente de não termos pai, mãe, ou da nossa família ser tudo menos feliz. É suposto celebrar!
Hoje temos a festa da família na escolinha, o R. há dias que só fala nisso, apresentou todo orgulhoso o desenho da sua "família linda", e lá vamos os quatro celebrar um dia que nos dá mais um motivo para sorrir. Depois lembro-me de alguns casos da salinha, em que os pais estão divorciados ou em fase de, ou que estão juntos mas que se percebe que não estão nada bem (não há como esconder), e ainda que consigam nalguns casos disfarçar junto dos filhos (difícil!), imagino como será penoso celebrar este dia, de sorriso aberto e mente limpa.


Quando formamos uma família, tal como em outros projectos, fazemo-lo por convicção, porque acreditamos que vai dar certo, que aquela é a pessoa certa, que o amor é forte e que nada o derrubará. Mas por vezes, tal como em outros projectos, a vida troca-nos as voltas, o certo torna-se incerto, eles mudam, nós mudamos, o mundo gira. Mas quando a família já está formada, ao contrário de um novo negócio implementado, não há forma de o desfazer, de esquecer, voltar atrás. O caminho tem que ser sempre para a frente, com as águas bem separadas, fazendo um esforço para recorrer ao sentimento inicial, o que nos fez acreditar naquele projecto chamado família. O resultado são os filhos, e eles merecem o sacrifício de um dia, de todos os dias, para uma convivência civilizada, de forma a que a separação/divórcio dos pais, não implique a separação da família. De forma a que também estes possam apresentar a sua família, com orgulho por ser a sua, sabendo porém que não há famílias perfeitas!*


* (e eu bato na madeira, sacudindo os pensamentos de que também a minha família um dia possa passar por isto...)





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