setembro 24, 2015

simplicidade, surpresa e memórias: sabem do que falo?!

Há uns dois ou três anos, comprei uma máquina fotográfica daquelas com rolo, baratinha e à prova de água, para podermos registar momentos na praia ou na piscina sem ter que me preocupar com os salpicos ou os grãos de areia que pudessem estragar a nossa Nikon. Julgo que foi na Fotosport. A experiência foi engraçada, sobretudo para comparar a evolução espantosa que houve nas máquinas fotográficas nos últimos anos.
De um lado tínhamos uma máquina pequena e de aparência frágil, com um quadradinho minúsculo através do qual tentávamos enquadrar a paisagem, as caras e os gestos, tentando que não faltasse nada. Depois, enquanto suspirávamos na esperança de que tivesse ficado boa – não tínhamos outra hipótese - rodávamos a manivela até ouvirmos um click que nos indicasse que o rolo estava pronto para outra. Acreditem ou não, mas até selfies tirámos com esta pequena maravilha!
A outra, uma máquina bem mais robusta, que carregamos com cuidado numa mochila apropriada, e sopramos cada grão de areia não vá a lente ficar riscada (e aí não há hipótese), permite-nos escolher entre o automático e o manual com as suas infinitas opções, seleccionar o ISO, a abertura ou a velocidade, e no seu grande ecrã podemos ver se a fotografia ficou perfeita ou se é melhor repetirmos as caretas.

Finalmente, nestas últimas férias, conseguimos ouvir o clique final que indica que o rolo chegou ao fim. Quando chegámos de viagem fomos directos à loja para as revelar. Ao fim de uma semana de expectativa (repito, UMA semana) corremos para ir buscar as fotografias, o que me fez recuar aos tempos em que a minha mãe me encarregava de ir pôr os rolos a revelar e pedir ao Sr. da loja que os tivesse prontos o mais rápido possível, porque queríamos muito rever aquele aniversário, Natal, festa da escola, ou simplesmente os momentos do dia a dia em que registávamos as nossas brincadeiras em família.

O resultado foram 21 fotografias, três delas muito escuras (culpa nossa), duas de há dois anos, debaixo de água e muito giras, e as restantes são deste verão, selfie incluída!!
O processo foi engraçado, fez-nos lembrar outros tempos e ter a noção que “no nosso tempo” era tudo mais devagar, menos controlado, com mais surpresa. Mas se me perguntarem se trocava, ou se preferia que as coisas não tivessem evoluído tanto neste campo, digo-vos já que não. Gosto de poder ver as fotografias no imediato, de brincar com as opções da máquina e descobrir o que ela me permite, e poder escolher entre dezenas centenas de fotografias, as melhores para ilustrarem o nosso álbum anual! 
Que dizer? Gosto do digital!


1 comentário:

Magda disse...

eu gosto tanto das analógicas como das digitais, são coisas diferentes mesmo.