Lembro-me da minha escola primária, o muro pintado às cores, projecto dos meninos crescidos com quem já não me cruzei. Lembro-me da minha primeira professora, uma figura tão carinhosa quanto firme, com palavras assertivas, e ensinamentos que ficaram para sempre. Lembro-me do ovo cozido, que levava nos dias em que tinha natação, da "lancheira" bordada à mão pela minha avó, a mesma em que levava o pão para o lanche. E lembro-me tão bem dos primeiros trabalhos que fiz: imagens picotadas, colagens, as primeiras letras entre linhas apertadas tentando não sair muito dos limites. Os desenhos, as pinturas, os teatros. Não me lembro quando exactamente comecei a ler. E talvez esse seja um bom sinal. Aconteceu.
O R ainda está na pré, tem cinco anos, e desde os quatro que escreve o seu nome (mesmo a copiar), já sabe algumas letras, já copia pequenos textos e vai fazendo pequenas contas com os dedos. Aos três começou com o inglês (pela escola) e ás vezes já me surpreende com algumas palavras. O R já sabe o sistema solar, até com o pormenor que Plutão já não faz parte, afinal era apenas um meteorito! Ainda não chegámos a Dezembro, do último ano do INFANTÁRIO, e ele já sabe tanta, tanta coisa!
Lembro-me de ter ficado chocada quando há bem pouco tempo percebi que na primeira classe (agora é primeiro ano) os miúdos já sabem ler antes de chegar ao Natal.
Não quero ser fundamentalista, acho que eles estão na idade de aprender, que é das melhores alturas para absorverem o mundo e ganharem conhecimento. Mas sinceramente, preferia que se fizesse (nesta idade) uma aprendizagem mais lúdica, menos rígida, mais calma, sem pressas... Na última reunião, comentei com a educadora que eles deviam passar mais tempo na rua a brincar, mesmo com frio, com sol, brincar uns com os outros, interagir. Eles vão, mas com o tempo contado. É que no INFANTÁRIO, eles já seguem um programa, com as horas e actividades cronometradas não vá a inspecção do Ministério da Educação chamar a Direcção a contas.
É só a mim que isto não faz sentido nenhum?!
Sofia**
Não quero ser fundamentalista, acho que eles estão na idade de aprender, que é das melhores alturas para absorverem o mundo e ganharem conhecimento. Mas sinceramente, preferia que se fizesse (nesta idade) uma aprendizagem mais lúdica, menos rígida, mais calma, sem pressas... Na última reunião, comentei com a educadora que eles deviam passar mais tempo na rua a brincar, mesmo com frio, com sol, brincar uns com os outros, interagir. Eles vão, mas com o tempo contado. É que no INFANTÁRIO, eles já seguem um programa, com as horas e actividades cronometradas não vá a inspecção do Ministério da Educação chamar a Direcção a contas.
É só a mim que isto não faz sentido nenhum?!
Sofia**
1 comentário:
não, não é só a ti. mas há pais que ficam muito chateados quando sabem que os meninos "brincam de mais e não aprendem nada",cm me disse a mim há dias uma avó, muito preocupada, quando viu que a minha com 4 anos já conseguia escrever se lhe formos dizendo as letras. O pormenor é que a dela ainda agora saiu da creche, tem 3 anos...
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